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nº 350 - O Homem que Via o Futuro



Autor: James Blish
Título original: Jack of Eagles
1ª Edição: 1952
Publicado na Colecção Argonauta em 1986
Capa: A. Pedro
Tradução: Eduardo Saló 

Súmula - Foi apresentada no livro nº349 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":

James Blish é um dos mais conhecidos e admirados autores de ficção-científica, não podendo deixar de figurar na Colecção Argonauta. O Homem que Via o Futuro - (Jack of Eagles), segue a tradição de qualidade, no texto e no tema, criada por Blish. Danny Caiden sempre pensou que fosse um jovem vulgar, sem quaisquer talentos especiais, levando uma vida calma, tão vulgar como ele próprio. Até ao dia em que descobriu que podia ver o futuro. Um poder fantástico que era apenas o primeiro de muitos e que o coloca no centro de uma tremenda luta no plano psíquico; uma luta da qual depende o futuro da humanidade.

Nota: uma das obras que mais apreciei ler na Colecção Argonauta.

Colecção Argonauta do nº301 ao nº350

nº 352 - O Prado dos Duendes 2



Autor: Paul Cook
Título original: Duende Meadow
1ª Edição: 1985
Publicado na Colecção Argonauta em 1986
Capa: A. Pedro
Tradução: Eduardo Saló 

Súmula - Foi apresentada no livro nº351 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":

Este segundo e último volume confirma a surpreendente originalidade, na forma e no tema, de uma obra tão actual quanto inédita.

Um ruído pesado, rítmico, vindo de perto, assombrara Preston. Um som, por certo não natural, de uma máquina gigantesca, vermelha, que tinha, no flanco, em amarelo-vivo, a foice e o martelo e as letras CCCP. Os Soviéticos tinham ganho a Terceira Guerra Mundial.

Preston deveria tomar soluções urgentes e, para tal, teria de servir-se de todas as suas qualidades cerebrais. Raras obras reúnem tantos ingredientes de valorização, como O Prado dos Duendes, em que o conhecimenot científico, presente e futuro, se alie ao sentido do maravilhoso de todos os tempos.

nº 402 - O Dia Depois do Juízo Final



Autor: James Blish
Título original: The Day After Judgement
1ª Edição: 1972
Publicado na Colecção Argonauta em 1991
Capa: A. Pedro
Tradução: Raul de Sousa Machado 

Súmula - Foi apresentada no livro nº401 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":

James Blish não é apenas um dos mais profundos autores de ficção-científica: é um perito em mistérios que estão até para além dela, que reúnem a noite dos tempos com as névoas do futuro.
O Dia Depois do Juízo Final, é um dos melhores exemplos do seu estilo. Leia-se o que é dito por Baines, no seu capítulo XII, e ver-se-á como Blish sabe partir de uma muito antiga questão filosófica e apresentá-la sob múltiplos e intrigantes aspectos.  
Não se pense que O Dia Depois do Juízo Final é uma obra de completa fantasia. Os livros de magia nela citados existem, ainda que na sua maior parte como manuscritos, e os rituais e diagramas que nela figuram foram extraídos dele, ainda que não estejam completos - James Blish acredita que há coisas em que é bom não ir demasiado longe. O resto, diz ele, é pura invenção.
O Dia Depois do Juízo Final é uma obra intrigante, uma obra que faz pensar e que será impossível esquecer. Que forças dominam realmente o Mundo em que vivemos? E até onde vão as fronteiras do conhecimento humano? 

Nota do Autor:

São inúmeros os romances, poemas e peças sobre magia e feitiçaria. Todos os que me foram dados ler - a grande maioria, suponho - classificam-se sem excepção nos campos romântico ou teatral, incluindo os de Thomas Mann. Nunca vi um só que abordasse a verdadeira feitiçaria tal com ela seria se existisse, se bem que todos os pergaminhos sejam explícitos sobre o assunto. Para além de outros méritos que a presente obra possa ter, a magia não é aqui tratada como um romance nem como um jogo.
Tecnicamente, o livro assenta tão fielmente quanto possível nos escritos e manuais práticos dos mágicos da tradição cristã oriundos dos séculos XIII a XVIII, desde a "Ars Magna" de Ramon Lull até aos próprios "grimoires", passando pelas várias "Chaves" pseudo-Salomão, pseudo-Agripa, pseudo-Honório e outras que tais. Todos os livros mencionados no texto, existem na realidade; não são de forma alguma "necronomicons" ou outros escritos inventados; por outro lado, os símbolos e citações são igualmente autênticos. (Deverá no entanto acrescentar-se que a atribuição destas obras não merece qualquer confiança; como muito bem frisou C.A.E. Walte, os maiores pecados bibliográficos da magia são a imputação da autoria, os falsos locais de publicação, e os datamentos erróneos.)
Para a maior parte dos leitores, este aviso é quanto basta. Os mais conhecedores, contudo, deverão ter em conta que, apesar das citações, diagramas e rituais contidos nesta obra serem autênticos, nenhum deles é apresentado na sua globalidade. O livro que ora têm em mãos não é - ou não pretende ser - sinóptico nem enciclopédico. Não se trata de um "vade mecum", mas sim de um "cursus infamam".

Alexandria (Virgínia) - 1968                                                                                        James Blish

Nota: uma obra absolutamente perturbadora para quem gosta de assuntos ligados ao sobrenatural. É formada por dois grandes capítulos, tendo sido posteriormente um deles, a Páscoa Negra, publicado novamente mais tarde com o nº 402, penso que por lapso. 

nº 423 - Viagem pelos Universos



Autor: James Blish
Título original: Anywhen
1ª Edição: 1970
Publicado na Colecção Argonauta em 1992
Capa: A. Pedro
Tradução: António Porto

Súmula - Foi apresentada no livro nº422 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":

James Blish é um dos mais célebres e admirados autores de ficção-científica, como tal largamente representado na Colecção Argonauta.
Viagem pelos Universos é a versão portuguesa de Anywhen, uma colectânea dos seus melhores contos, ou mais precisamente de short stories, isto é, de novelas curtas.
A variedade dos temas é das mais amplas, pois vão da substituição da diplomacia pela traição aos motivos que continuam a aconselhar a esterilização das naves espaciais. Dir-se-á que são próprios de outro tipo de literatura, mas Blish escolheu-os precisamente para os tratar da maneira mais imprevista.
E como é de norma nas suas obras, em todos é subjacente uma profunda visão da Humanidade, com todas as suas qualidades e defeitos.

Prefácio:

Todas as obras deste livro me foram directamente encomendadas por um editor de uma revista, oportunidade que aproveitei para, em cada um dos casos, realizar uma experiência de natureza diversa. Uma segunda versão desta colectânea relaciona-se com a experiência que a seguir descrevo:
Em Setembro de 1965, Kyril Bonfiglioli encontrava-se em Oxford, na qualidade de convidado de cinco escritores de ficção-científica (Brian W. Aldiss, Poul Anderson, James G. Ballard, Harry Harrison e eu próprio) e de uma artista (Judith Ann Lawrence), tendo-nos encomendado a totalidade do material para aquilo que viria a ser o primeiro número de "Issue", sucessora (actualmente já defunta) da mais antiga revista de carácter profissional da "Science-Fantasy" inglesa. As cinco histórias e a capa, deveriam todas abordar o tema de um homem que sacrifica a sua vida por uma causa... ou de alguém que assim não houvesse procedido. À excepção desta exigência concreta que, se bem me lembro, foi uma sugestão de Mr. Aldiss, não nos eram dadas mais nenhumas instruções, a não ser (para os escritores) que nos limitássemos a dez mil palavras.
A minha contribuição para OxCon Issue foi um pequeno romance chamado "Uma Vida de Herói". Escrevi-o em grande pressa, para cumprir o prazo concedido por Mr. Bonfiglioli, e só tarde de mais para recomeçar me dei conta de que tinha excesso de matéria para a poder incluir razoavelmente bem em dez mil palavras. Daí que tenha aproveitado a oportunidade de o reescrever, como história principal deste livro. O esquema original, que apareceu em "Impulse", nunca foi publicado nos Estados Unidos.

Alexandria, Virgínia (1967)                                                                                       James Blish

Nota do Tradutor:

Os membros das Guildas dos Traidores dos diferentes planetas negociavam entre si os segredos que podiam, comportando-se como autênticos correctores de Bolsa. Assim, quando um deles afirma que vai vender Terra Alta e comprar Boadiceia, não quer dizer que tenciona vender e comprar os planetas propriamente ditos, mas segredos que com eles se relacionam. Está simplesmente a usar uma linguagem semelhante à da Bolsa, onde se designam normalmente as acções e os títulos transaccionados pelos nomes das empresas e/ou entidades a que dizem respeito.

nº 426 - Estrela Caída



Autor: James Blish
Título original: Fallen Star
1ª Edição: 1957
Publicado na Colecção Argonauta em 1992
Capa: A. Pedro
Tradução: António Porto

Súmula - Foi apresentada no livro nº425 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":
O objectivo que justificara aquela expedição polar era, sem dúvida, digno de apreço mas sujeito a fortes probabilidades de inêxito: descobrir no Pólo Norte, conservados pelas baixas temperaturas, resíduos de meteoritos provenientes da guerra travada pelo Planeta Quatro-e-Meio com Marte ou com Júpiter, ou com os dois, entre os quais se situava. Não era também afastada a hipótese de virem a deparar com formas de vida, embora microscópicas.
O mentor da expedição - um tal Farmsworth, explorador profissional - é que não merecia a mínima confiança, dados os antecedentes pouco abonatórios, aliás compartilhados pela sua provocante mulher, sempre muitissimo sexy, fosse qual fosse o traje que envergasse.
Assim, convidado a participar na expedição, o redactor científico Julian Cole não esperava encontrar nada mais excitante do que, por acaso, um urso polar extraviado. No entanto, este seu cepticismo começou logo a desvanecer-se mal conheceu os seus companheiros: a deslumbrante mulher, e cúmplice, de Farmsworth, o Dr. Wentz, que procurava afogar num alcoolismo suicida um passado misterioso, e Elvers, o albino louco, possuidor de um segredo que abrangia quinze mil anos e metade do Sistema Solar... ou seja, um segredo mais arrepiante do que qualquer tempestade ártica!

nº 433 - Páscoa Negra



Autor: James Blish
Título original: Black Easter
1ª Edição: 1968
Publicado na Colecção Argonauta em 1993
Capa: A. Pedro
Tradução: Raul Gonçalves

Súmula - Foi apresentada no livro nº432 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta": 

São inúmeros os romances, poemas e peças sobre magia e feitiçaria. Todos os que me foram dados ler - a grande maioria, suponho - classificam-se sem excepção nos campos romântico ou teatral, incluindo os de Thomas Mann. Nunca vi um só que abordasse a verdadeira feitiçaria tal com ela seria se existisse, se bem que todos os pergaminhos sejam explícitos sobre o assunto. Para além de outros méritos que a presente obra possa ter, a magia não é aqui tratada como um romance nem como um jogo.
Tecnicamente, o livro assenta tão fielmente quanto possível nos escritos e manuais práticos dos mágicos da tradição cristã oriundos dos séculos XIII a XVIII, desde a "Ars Magna" de Ramon Lull até aos próprios "grimoires", passando pelas várias "Chaves" pseudo-Salomão, pseudo-Agripa, pseudo-Honório e outras que tais. Todos os livros mencionados no texto, existem na realidade; não são de forma alguma "necronomicons" ou outros escritos inventados; por outro lado, os símbolos e citações são igualmente autênticos. (Deverá no entanto acrescentar-se que a atribuição destas obras não merece qualquer confiança; como muito bem frisou C.A.E. Walte, os maiores pecados bibliográficos da magia são a imputação da autoria, os falsos locais de publicação, e os datamentos erróneos.)
Para a maior parte dos leitores, este aviso é quanto basta. Os mais conhecedores, contudo, deverão ter em conta que, apesar das citações, diagramas e rituais contidos nesta obra serem autênticos, nenhum deles é apresentado na sua globalidade. O livro que ora têm em mãos não é - ou não pretende ser - sinóptico nem enciclopédico. Não se trata de um "vade mecum", mas sim de um "cursus infamam". 

Nota: este livro já tinha sido publicado anteriormente, no nº 402. Deve ter-se tratado de um lapso dos Livros do Brasil. O nº 402, intitulado O Dia do Juízo Final, é composto por dois grandes capítulos, o que dá o nome ao livro e também este Páscoa Negra. Não se compreende pois a opção de publicarem agora no nº 433, como livro independente, a mesma obra já publicada no nº 402. A súmula é também exactamente o mesmo texto que consta da "Nota do Autor", escrita na Alexandria (Virgínia) por James Blish em 1968. Como poderão verificar se revisitarem a súmula da obra nº402, intitulada O Dia do Juízo Final. O tradutor também não é o mesmo. Mais um lapso das edições Livros do Brasil.

nº 438 - O Xadrez do Tempo



Autor: James Blish
Título original: The Quincunx of Time
1ª Edição: 1957
Publicado na Colecção Argonauta em 1994
Capa: A. Pedro
Tradução: António Porto

Súmula - Foi apresentada no livro nº437 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":

James Blish é um dos autores de ficção-científica mais representados na Colecção Argonauta e um dos mais originais e mais subtis, tanto nos temas como no estilo. O Xadrez do Tempo é a versão portuguesa de The Quincunx of Time, uma das suas obras mais interessantes.
Imagine-se que na busca de um meio capaz de assegurar instantaneamente , ou perto disso, as ligações com os outros mundos, no espaço, que mesmo com as naves mais rápidas que a luz, demoravam longos meses a chegar ao seu destino, se descobria um transmissor que permitia comunicar não só através do espaço, mas também através do tempo!
Tendo na sua frente um império interestelar em plena expansão, o Capitão Weinbaum supôs que o transmissor Dirac seria a solução dos seus problemas. Mas pense-se em como eles se agravaram quando o transmissor começou a receber mensagens ainda antes de elas serem transmitidas!

Prefácio Crítico (Ser Censurado por Amigos da Ficção): 

Tal como foi francamente declarado umas quantas páginas atrás, juntamente com os dados do "copyright", e outras indicações a que os editores chamam "pistas", este livro iniciou a sua vida como história curta de 14.000 palavras. Inicialmente publicada numa revista, em 1954. Mesmo então, não se tratava tanto de um conto, de acordo com os padrões narrativos normais. Quando William Sloane a incluiu numa antologia do mesmo ano, "Histórias para Amanhã" - (Funk & Wagnalls), disse, na respectiva introdução, com uma amabilidade quase exagerada, que o fio da história "não era redundante de acção física" e que, na realidade apresentava apenas "uma ténue trama de acontecimentos longínquos". Tais censuras correspondiam, em absoluto à verdade e daí que eu tivesse ficado tanto mais espantado, quando André Norton subsequentemente incluiu a peça numa antologia dedicada a leitores adolescentes, chamada "Polícia do Espaço" - (World, 1956). Miss Norton cortou dela algumas referências a bebida, mas deixou intacto tudo aquilo que Mr. Sloane achou que poderia sobressaltar ou atordoar até mesmo novos leitores adultos... as coisas difíceis sobre Física e Filosofia. 
Transformar um conto curto num romance também não é, normalmente, considerada uma boa prática e, uma vez que já tenho sido acusado umas quantas vezes, por amigos putativos, de fazer exactamente isso, fiquei ainda mais espantado, ao ser-me pedido pelo leitor Larry Shaw que assim procedesse em relação a essa história nada prometedora e praticamente sem intriga, chamada "Bip". Por outro lado, Mr. Shaw fora o primeiro a descobrir algum sentido e mérito numa novela minha que, eventualmente se tornou num sucesso chamado "Um Caso de Consciência" - (1958); portanto, senti-me obrigado a uma revisão.
Fiz duas interessantes descobertas. A primeira delas, não foi realmente uma novidade para mim. Descobri, à semelhança do falecido C. S. Forester, que ignorava o que era um romance. Dada toda a abrangência do termo em inglês, o mais perto que se pode chegar ao rotulá-lo, é a definição de C. S. Forester: "obra de ficção em prosa com alguma extensão". As pessoas que afirmam rigidamente que uma obra de ficção até 45.000 ou mais palavras não corresponde aos respectivos padrões de complexidade, não sendo, por conseguinte, um romance, deveriam possivelmente ler mais antes de abrirem a boca. Se Forester as não puder ajudar, talvez Flaubert ou Leonid Andreyev lhes consigam abrir os espíritos.
A segunda descoberta foi que "Bip", tal como Mr. Shaw sempre vira, era acerca de alguma coisa... e algo importante para mim, se não para toda a gente. Merecia ser repensado e expandido, em especial sob a perspectiva de mais quinze anos de reflexão nos assuntos que aborda. Eu tinha chegado a novas conclusões quanto ao tema (em parte por mim próprio, em parte com a ajuda de discussões travadas com o amigo a quem é dedicado - (Paul Shackley) -, embora este tivesse surgido bastante mais tarde no processo), conclusões que considerava (não entrará aqui a modéstia) serem de imediata urgência. 
Uma forma de explicar isto seria dizer que, embora o livro seja ficção, as sucessivas especulações conflituosas que contém acerca do Tempo, do Conhecimento e da Liberdade de Pensamento, destinam-se todas a serem tomadas a sério.
Ainda não há aqui grande quantidade de acção física, muito menos qualquer melodrama. A estrutura da história continua a ser praticamente esquelética, na verdade quase perfunctória, como Mr. Shaw a considerou em 1954. Não a "romantizei", incluindo nela toda uma gama de novas personagens, uma análise psicológica, ou comentários sociológicos. Inclui certo número de novos episódios, mas somente aqueles de que necessitava para prolongar o curso do argumento.
Por outro lado, tentei levar bastante mais longe as especulações que, inicialmente, pontuavam a história. Procurei dramatizar essas especulações na versão curta: aqui, ainda me dou a tal trabalho, espero que de maneira mais ponderada. O drama, para aqueles que o conseguem apreciar nesta forma, reside mais na especulação do que na acção, precisamente como antes. 
As histórias de ficção-científica saem, por vezes assim,. Esse é, quanto a mim, um dos diversos proporcionados pelo género. Mas também eu aprecio activamente a reflexão, para grande desespero da minha família. E o tipo de ficção-científica que, eventualmente, dela extraio (ou que nela leio) não serve para toda a gente. Aqueles que estão à espera de contos de fadas, ou de sangueira, deverão, desta vez, dedicar-se a outra coisa. Não os condeno mas também não estou, aqui, à altura deles.

Treetops, Woodlands Road Harpsden (Henley)
Oxon., England, 1970                                                                                              James Blish 

nº 443 - Doutor Mirabilis 1



Autor: James Blish
Título original: Doctor Mirabilis
1ª Edição: 1964
Publicado na Colecção Argonauta em 1994
Capa: A. Pedro
Tradução: António Porto

Súmula - Foi apresentada no livro nº442 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":

Na sequência de O Dia Depois do Juízo Final (nº402) e de Páscoa Negra (nº433), completa-se agora a famosíssima trilogia de James Blish intitulada After Such Knowledge, a qual lhe granjeou inúmeros admiradores, graças ao estilo da sua escrita e à qualidade e profundidade dos seus temas.
A figura central de Doutor Mirabilis - obra dividida em dois volumes - é Roger Bacon, o monge herético, ocultista e genial, que o autor considera um homem dotado de uma visão que se estendia para além do nosso tempo, um homem que se arriscava a ser condenado e executado por heresia e magia quando em busca da verdade científica.
No Prólogo explica James Blish: ..."embora Roger Bacon seja geralmente considerado uma das maiores figuras da História Medieval e, em especial, um dos precursores da ciência moderna, espantosamente poucos factos da sua vida são conhecidos (...) O que resta como conhecimento razoavelmente certo sobre a vida de Roger Bacon dificilmente preencheria um pequeno panfleto e, quanto mais intensivamente se persegue o homem, mais o que, em tempos, foi considerado como correcto a seu respeito tem tendência a fundir-se com a dúvida."
Teve, assim, James Blish de pôr, mais uma vez, à prova os seus dotes excepcionais para recriar ambientes e épocas, dando sempre amplas mostras da sua cultura e do seu humanismo. Em Doutor Mirabilis, é o século XIII vivido na Inglaterra, em Paris e em Roma, que surge com todo o seu esplendor.
É raro que uma revista científica tão prestigiada como a New Scientist conceda o seu espaço à crítica de uma obra de ficção. Doutor Mirabilis foi uma excepção, e os louvores não faltaram: "Extraordinariamente poderosa, uma obra plena de interesse e que faz pensar. Blish é um mestre a tecer os factos e a fantasia de uma maneira inextricável."

Prólogo:

Embora Roger Bacon seja geralmente considerado uma das maiores figuras da História Medieval e, em especial, um dos precursores da ciência moderna, espantosamente poucos factos da sua vida são conhecidos. Existe uma notável lenda sobre ele, mas disso o Bacon histórico foi apenas repositório temporário: a famosa história da cabeça de latão, por exemplo, é uma lenda árabe que surgiu pela primeira vez na Europa no século X, na forma de um conto sobre o poderoso Gerbert (posteriormente Papa Silvestre II), pela mão de William de Malmesbury. Na época do próprio Roger Bacon, era contada a respeito de Alberto Magno. Foi ligada a Bacon somente em finais do século XVI, por intermédio de uma peça do esquecido rival de Shakespeare, Roberto Greene, a qual tinha por título Frei Bacon e Frei Bungay. (A peça em si tem sido considerada uma tentativa de imitar o "Doutor Fausto", de Marlowe, mas parece existirem seguros indícios de que a obra de Greene surgiu primeiro; seja como for, merece ser lida, apesar de tudo.) Desde 1589 que a brônzea cabeça tem levado uma vida clandestina como o golem, monstro de Frankenstein, os "robots" de Karel Capek e sua inumerável prole e, hoje em dia, talvez com o jogador mecânico de inerte xadrez do Dr. Claude Shannon (segundo Poe). O amanhã adverte-nos, o Dr. Norbert Weiner é impensável para todos nós... e o Dr. Isaac Asimov acha que, provavelmente, será uma boa coisa.
Todavia, a aparição de Roger Bacon como herói da peça de Greene, não é uma lenda acidental. O histórico Dr. Fausto (figura, na verdade, obscura) transformou-se, de modo idêntico, num veículo de preocupações intemporais da mente humana, o que nos diz bastante sobre nós mesmos, mas quase nada sobre o próprio Fausto. A lenda de Bacon, que não é o tema deste romance, assombrou a Europa da mesma maneira, até finais do século XVII.
O que resta como conhecimento razoavelmente certo sobre a vida de Roger Bacon, dificilmente preencheria um pequeno panfleto e, quanto mais intensivamente se persegue o homem, mais o que, em tempos, foi considerado como correcto a seu respeito tem tendência a fundir-se com a dúvida. O pouco que sabemos sobre ele como pessoa, vem-nos inteiramente do seu próprio testemunho, em particular na "Opus Tertium", no "Compendium Studil Theologicae" e numa obra sem título, escrita com a evidente intenção de capear o envio das suas obras ao Papa, a qual costuma ser designada por "fragmento de Gasquet". O "Compendium", como mostra o meu último capítulo, dá claras indicações da memória lhe estar a falhar e quanto às outras duas obras, destinavam-se a impressionar o seu patrono, não sendo pois inteiramente fiáveis como autobiografia, por estarem eivadas de contradições. 
À excepção de um escritor anónimo, que viu Bacon numa reunião como a descrita no Capítulo VII, nem uma única alma, no decorrer do seu tempo de vida, conseguiu mencioná-lo pelo nome em escrito que tenha sobrevivido, nem sequer pessoas que ele, obviamente, conhecia na intimidade; e dispõe-se do texto de uma única carta que "lhe" foi dirigida, sendo esta o mandado de 1266, do Papa Clemente IV. Um certo Roger Bacon aparece realmente numa das notas de rodapé da "Chronica Majora", de Mattew Paris, mas nenhum académico acredita que essa anedota se possa referir a Roger Bacon. (Eu discordo, como consta do Capítulo III, mas não existe, pura e simplesmente forma de levantar esta questão, a não ser por intuição.)
Está em falta uma quantidade desconhecida da obra propriamente dita de Bacon, para além do facto de nem tudo o que é conhecido ter sido ainda publicado. Ele menciona dois tratados, "De Generatione" e "De Radii", que ainda não foram encontrados, bem como os muitos manuscritos impublicados não atribuídos do período inicial de Bacon; o manuscrito "Voynich", no qual W. R. Newbold afirmou ter descoberto uma descrição elaborada, que esconde um conhecimento da anatomia humana, surpreendente, mesmo para Bacon, foi em tempos considerado escrito pela sua própria mão, mas os eruditos modernos desacreditaram tanto a redacção como a autoria (e as cifras, como dolorosamente aprendemos com Ignatius Connelly e seus seguidores, não constituem pistas fiáveis, em relação à autoria do que quer que seja). O único exemplar autenticado da caligrafia de Bacon são as correcções (não o texto) do pedaço da "Opus Majus" existente na Biblioteca do Vaticano.
Finalmente, só o corpo da obra de Bacon já publicado é tão vasto (uns vinte e dois espessos volumes e outras peças mais pequenas) que nunca ninguém tentou algum dia a publicação de uma colecção completa definitiva e as parciais existentes, as de Steele e Brewer, não estão dispostas numa ordem racional. Além do mais, para o leitor que não se entenda bem com o latim medieval, apenas a "Opus Majus" e algumas outras obras mais reduzidas foram traduzidas e as respectivas traduções há muito se encontram fora do prelo. É mais fácil havermo-nos com um charlatão como Giambattista della Porta, cuja "Natural Magick" pode, actualmente, ser comprada  num fac-símile encadernado da bela impressão inglesa de 1658. Mas um génio universal nasceu rebelde e desordenado, assim permanecendo setecentos anos mais tarde.
Trata-se de uma situação perfeitamente convidativa para um romancista, desde que ele disponha ao menos de cabeça de latão, para acreditar que é capaz de transformar um génio universal em personagem credível; só não deve fingir que o livro que está a escrever com base nisso é uma biografia de carácter fictício. Dadas as circunstâncias, ser-lhe-ia impossível escrever semelhante obra acerca de Roger Bacon. O que se segue é ficção. Tão fiel em relação à época de Bacon quanto fui capaz de a fazer; pelo menos não há falta de dados sobre o século treze... o problema é escolhê-los de modo selectivo. O próprio Roger Bacon, contudo, é irrecuperável apenas pelos eruditos. O resto é, ou devia ser, uma visão. 

Uma palavra acerca da linguagem:
O leitor pode perguntar a si mesmo por que motivo é que eu recorri, aqui e ali, a citações em latim, em especial pondo os personagens a falar essa língua grande parte do seu tempo, e eu me ter permitido ter traduzido para inglês o que eles dizem. A razão é que essas excepções, essas ideias e opiniões escritas há sete séculos poderiam, de outro modo, tornarem-se suspeitas de serem interpolações de um autor do século XX. Há sempre uma paráfrase inglesa por perto, mas as citações directas destinam-se a demonstrar que não modernizei a minha figura central, nem necessitei de o fazer.
Cumpre-me, no entanto, admitir que fiz uma modernização, sendo ela uma adaptação de "De Multiplicatione Specierum", incluída no Capítulo XII. Pareceu-me aqui que a terminologia aristotélica que Bacon emprega seria pior que impenetrável à maioria dos leitores modernos. Daí ter seguido o exemplo de Sarton e outros, ao transformar aquilo a que Bacon chama "a multiplicação das espécies" (o que, hoje em dia, sugere que ele devia estar a falar de Biologia) em "a propagação da acção", o que indica que o assunto de que fala é a Física. Vários outros termos aristotélicos, como "agente" e "paciente", sofreram às minhas mãos idêntica conversão.
Quanto ao inglês, segui duas regras: 1) Onde os personagens estão a falar inglês médio, usei um discurso sintético, que preserva grosseiramente a respectiva sintaxe, uma das suas diversas glórias, mas pouco tenta seguir a sua métrica ou o seu vocabulário (e de certeza que não a sua ortografia, a qual era do tipo salve-se-quem-puder). 2) Onde os personagens usam o francês ou o latim, o que sucede na maior parte do tempo, usei o inglês moderno, excepto para indicar se está a ser empregada a forma "you", distinção que não deverá causar problemas a ninguém. (A palavra inglesa referida serve tanto para a segunda pessoa do singular ocmo do plural, enquanto que em francês, existem as formas "tu" e "vous", sendo simultaneamente esta última uma forma de deferência do singular - N. do T.
Sinto-me grandemente em dívida para com W.O. Hassall, da Biblioteca Bodleian, Oxford, por me ter auxiliado a localizar manuscritos pertinentes; para com L. Sprague de Camp, cujos vastos conhecimentos de História da Tecnologia pirateei impiedosamente; para com Ann Corlett, Algis Budrys; L. D. Cole; Virgínia Kidd; Wily Levy, e Henry Kenneth S. White, por me terem, para começar, empurrado para este projecto. 

Arrowhead, Milford.
Pennsylvania                                                                                                           James Blish

Nota do Tradutor:

No intuito de não tornar fastidiosa a leitura e na sequência da explicação dada pelo Autor no Prólogo, optou-se por não incluir notas de rodapé com traduções de frases latinas, a menos que isso seja indispensável à compreensão do texto. Pelos mesmos motivos se procurará modernizar, sem prejuízo do "sabor à época", o inglês arcaico. Assim, não deverá o Leitor estranhar que determinadas frases e citações pareçam escritas num português um tanto invulgar. 

nº 444 - Doutor Mirabilis 2



Autor: James Blish
Título original: Doctor Mirabilis
1ª Edição: 1964
Publicado na Colecção Argonauta em 1994
Capa: A. Pedro
Tradução: António Porto

Súmula - Foi apresentada no livro nº443 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":

Completa-se no próximo volume a história do monge medieval Roger Bacon, segundo a entendeu James Blish, mais uma vez inexcedível graças ao estilo da sua escrita e à qualidade e profundidade como desenvolveu o assunto, designadamente recriando, como se fosse actual, o ambiente da Inglaterra, de Paris e de Roma no século XII. Só assim se explicam as referências altamente elogiosas dedicadas a este livro, até por revistas científicas. Doutor Mirabilis constitui, pois, a consagração definitiva de James Blish como um dos maiores escritores de ficção-científica do nosso tempo.

nº 449 - Contos Galácticos



Autor: James Blish
Título original: Galactic Cluster
1ª Edição: 1960
Publicado na Colecção Argonauta em 1994
Capa: A. Pedro
Tradução: António Porto 

Súmula - Foi apresentada no livro nº448 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":

James Blish é um dos autores de ficção-científica mais representados na Colecção Argonauta, e por muito boas razões: poucos como ele sabem aliar um estilo perfeito e profundo ao conhecimento do Homem e da Ciência, no passado e no presente, transpondo para o futuro os eternos problemas espirituais e materiais.
Se as suas novelas são magistrais, os seus contos não o são menos. Contos Galácticos, a versão portuguesa de Galactic Cluster, versam temas tão variados como a aventura de um piloto espacial que, ao experimentar uma nave a 22,4 vezes a velocidade da luz, encontra a pseudo-morte e uma estranha forma de amor perto de Alfa de Centauro, e a de um hábil agente que se infiltra num projecto altamente secreto e ameaça a existência dos trogloditas que são o que resta da nossa civilização. Histórias que mostram os perigos de um futuro em que os cientistas dominam tudo menos os piores instintos do Homem.

Contos publicados:

Tempo Normal - (pág. 7)

Uma Obra de Arte - (pág. 39)

As Despesas da Festa - (pág. 63)

Nem Barras de Ferro - (pág. 85)

Bip - (pág. 133) 

Este último conto serviu de bases ao romance O Xadrez do Tempo, publicado no nº438 da Colecção Argonauta. Remetemos o leitor assíduo para a leitura do "Prefácio Crítico" do Autor, incluído nesse volume, em particular para o que é dito no primeiro parágrafo da página nº10. (N. do T.)

nº 454 - A Era das Aves



Autor: James Blish
Título original: Midsummer Century
1ª Edição: 1972
Publicado na Colecção Argonauta em 1995
Capa: A. Pedro
Tradução: António Porto 

Súmula - Foi apresentada no livro nº453 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":

James Blish é um autor de escol - cada uma das suas obras é um clássico e esse é o caso de A Era das Aves, a versão portuguesa de Midsummer Century.
No ano 20.000, a Terra está numa fase tropical. Os seus habitantes vivem em tribos e tornaram-se atávicos ritualistas obcecados com a vida depois da morte, procurando esta como uma forma de libertação, pelo que não se defendem dos seus maiores inimigos, as aves, que evoluíram até se tornarem em seres conscientes e perigosos, cujo principal objectivo é o extermínio do homem - um objectivo que não está muito distante. 
É neste mundo perturbado que surge John Martels, um cientista do século XX projectado no tempo por um estranho acidente.
Depressa, porém, se apercebe de que necessita de todos os seus conhecimentos para conseguir sobreviver naquele novo e tão estranho ambiente.
Mas a descoberta mais aterradora surge quando John Martels tenta desesperadamente aliar a Humanidade contra as Aves e deixa aberto o caminho para a sua destruição. 
A Era das Aves contém todas as característica literárias de James Blish: inteligência, imaginação e um final verdadeiramente inesperado.

Nota:

Sinto-me em dívida para com Rowland Bowen e o Dr. John Clark, ambos de origem inglesa, por substanciais elementos das minhas hipóteses acerca da PES (percepção extra-sensorial) natural e da experiência mística, respectivamente. Em ambos os casos, limitei-me pura e simplesmente, a servir-me daquilo que me pareceu útil para o desenvolvimento dos meus próprios conceitos e da minha história, sem procurar ser rigoroso quanto a isso. As respectivas teorias continuam a ser propriedade intelectual deles e aguardam que lhes dêem a sua divulgação pessoal. Estou grato aos dois pela autorização para simplificar o seu trabalho, transformando-o em ficção.

Harpsden (Henley)
Oxon, Inglaterra - 1971                                                                                                 James Blish 

nº 462 - As Estrelas como Palco



Autor: James Blish
Título original: ...and All the Stars a Stage
1ª Edição: 1971
Publicado na Colecção Argonauta em 1996
Capa: A. Pedro
Tradução: J. Santos Tavares

Súmula - Foi apresentada no livro nº461 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":


James Blish é um dos grandes mestres da ficção-científica, e como tal amplamente representado na Colecção Argonauta. As Estrelas como Palco é a versão portuguesa de ...and All the Stars a Stage, uma das suas mais belas obras, com uma história que, como todas as de Blish, dá muito que pensar.
Para John Birch, tudo começara como uma forma de quebrar a monotonia de ser um homem solteiro num mundo dominado por mulheres, mas o programa de exploração do espaço interestelar foi subitamente alterado pela pior das notícias: o Sol estava a extinguir-se rapidamente e dentro de nove anos toda a vida desapareceria.
Toda a vida menos as das 75.000 pessoas seleccionadas entre os 25 mil milhões de habitantes da Terra para embarcarem nas naves apressadamente construídas e nem sequer testadas, que as levariam através de milhares de anos-luz, até um novo mundo. A impiedosa selecção começou, mas mesmo para os eleitos não havia garantia alguma de salvação...

nº 483 - As Estrelas são dos Homens



Autor: James Blish
Título original: They Shall Have Stars
1ª Edição: 1957
Publicado na Colecção Argonauta em 1997
Capa: A. Pedro
Tradução: Alexandra Tavares

Súmula - Foi apresentada no livro nº482 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":

O próximo volume desta colecção, integra-se na tetralogia As Cidades do Céu - (Cities in Flight) de James Blish, autor largamente representado na Argonauta. A originalidade dos seus temas e a excelência do seu estilo são, portanto, já bem conhecidos de todos os leitores.
As Estrelas São dos Homens, constitui a versão portuguesa de They Shall Have Stars, e é o primeiro volume desenvolvido a partir do conto Okie, publicado em 1950, no qual Blish abordou pela primeira vez o tema das cidades nómadas que se libertaram da Terra graças à descoberta da anti-gravidade. 
Depois, protegidas por uma cúpula, essas cidades vagueiam pelo espaço e proporcionam uma história do futuro. Os outros volumes, também a incluir nesta colecção, intitulam-se Vivendo no Céu, A Terra é uma Ideia Boa, e O Triunfo do Tempo.

nº 486 - Vivendo no Céu



Autor: James Blish
Título original: A Life for the Stars
1ª Edição: 1962
Publicado na Colecção Argonauta em 1998
Capa: A. Pedro
Tradução: Alexandra Tavares 

Súmula - Foi apresentada no livro nº485 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta": 

Nota - em mais um lapso da parte editorial dos Livros do Brasil, a súmula apresentada não se refere à obra de James Blish, nº486 - Vivendo no Céu, e sim ao nº487, intitulado Crónicas do Fim do Mundo, de Poul Anderson. A súmula é repetida novamente no final deste livro, apresentando o nº487. Não existe súmula para esta obra de James Blish. E não é fornecida pelos editores qualquer explicação ou pedido de desculpas por este erro. 

nº 488 - A Terra é Uma Ideia Boa 1



Autor: James Blish
Título original: Earthman, Come Home
1ª Edição: 1955
Publicado na Colecção Argonauta em 1998
Capa: A. Pedro
Tradução: Alexandra Tavares

Súmula - Foi apresentada no livro nº487 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":

O terceiro volume da célebre tetralogia de James Blish intitulada As Cidades do Céu, vai  proporcionar aos leitores mais um empolgante desenvolvimento do tema criado pelo autor do conto Okie, em 1950.
Como nos dois volumes já publicados - As Estrelas São dos Homens (nº483) e Vivendo no Céu (nº486), também A Terra é Uma Ideia Boa relata a odisseia das cidades nómadas que se libertaram da Terra quando descobriram a antigravidade e, protegidas por uma redoma, começaram a vaguear pelo espaço.
Esta tetralogia termina com o volume O Triunfo do Tempo, que será igualmente publicado na Colecção Argonauta.

nº 489 - A Terra é Uma Ideia Boa 2



Autor: James Blish
Título original: Earthman, Come Home
1ª Edição: 1955
Publicado na Colecção Argonauta em 1998
Capa: A. Pedro
Tradução: Alexandra Tavares

Súmula - Foi apresentada no livro nº488 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":

Dividida em dois tomos por razões de ordem técnica, termina agora A Terra é Uma Ideia Boa, o terceiro volume da tetralogia intitulada As Cidades do Céu, famosa obra-prima do consagrado mestre de ficção-científica James Blish.
Foi a partir do conto Okie, publicado em 1950, que o autor desenvolveu o tema das cidades nómadas, que se libertam da Terra quando descobrem a antigravidade e, protegidas por uma redoma, começam a vaguear pelo espaço. 
O leitor desta colecção, já conhece os dois primeiros volumes da série - As Estrelas São dos Homens (nº483) e Vivendo no Céu (nº486) - faltando apenas ser publicado o quarto e último volume, que se intitulará O Triunfo do Tempo.

nº 491 - O Triunfo do Tempo



Autor: James Blish
Título original: The Triumph of Time
1ª Edição: 1958
Publicado na Colecção Argonauta em 1998
Capa: A. Pedro
Tradução: Alexandra Tavares

Súmula - Foi apresentada no livro nº490 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":
É com O Triunfo do Tempo que termina a série As Cidades do Céu, cujos volumes anteriores foram As Estrelas São dos Homens (nº483), Vivendo no Céu (nº486) e A Terra é Uma Ideia Boa (nº488 e nº489).
Este quarto volume é considerado aquele que melhor desenvolveu a ideia contida no conto Okie, publicado por James Blish em 1950. De facto, foi neste conto que o autor abordou pela primeira vez o tema das cidades nómadas que se libertam da Terra quando descobrem a antigravidade e, protegidas por uma redoma, passam a vaguear pelo espaço.
Em todas estas obras, que podem ser lidas isoladamente, existe ainda em comum a originalidade das ideias e a excelência do estilo do autor.  

nº 532 - Estrelas Semeadas



Autor: James Blish
Título original: The Seedling Stars
1ª Edição: 1957
Publicado na Colecção Argonauta em Dezembro de 2001
Capa: António Pedro
Tradução: Elsa T. S. Vieira
Revisão: Dália Moniz 

Súmula - foi apresentada no livro nº531 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta": 

Os homens adaptados encontraram Sweeney a meio da grande ravina que proporcionava o único acesso à sua colónia à beira do penhasco, a partir do planalto no H de Howe. Sweeney não os reconheceu; não coincidiam com nenhuma das fotografias que memorizara, mas aceitaram prontamente a sua história. E não fora preciso fingir exaustão - a gravidade de Ganimedes era normal para ele, mas fora uma longa caminhada e uma subida ainda mais longa.
No entanto, ficou surpreendido por descobrir que a apreciara. Pela primeira vez em toda a sua vida caminhara sem guardas, quer humanos quer mecânicos, num mundo onde se sentia fisicamente em casa; um mundo sem paredes, um mundo onde estava essencialmente sozinho. O ar era rico e agradável, os ventos sopravam de onde lhes apetecia soprar, a temperatura na ravina era consideravelmente inferior à que era admissível na cúpula da Lua, e havia céu a toda a sua volta, tingido de azul e salpicado de estrelas que piscavam de vez em quando. 
Teria de ser cauteloso. Seria demasiado fácil aceitar Ganimedes como um lar. Fora prevenido quanto a isso mas, por alguma razão, não se apercebera que o perigo não seria apenas real, mas também... tentador. 
Os jovens que o encontraram conduziram-no rapidamente o resto do caminho, até à colónia. Tinham sido indiferentes como anónimos. Rullman era diferente. O ar de descrença e estupefacção no rosto do cientista, quando Sweeney foi introduzido no seu escritório de tecto alto e paredes de rocha, era tão profundo que chegava a ser assustador.
- O que é isto?! - exclamou.
- Encontrámo-lo a subir a ravina. Pensámos que se tinha perdido, mas ele diz que pertence ao voo original. 
- Impossível - disse Rullman. - Completamente impossível - e depois silenciou-se, estudando o recém-chegado dos pés à cabeça. A expressão de choque suavizou-se apenas ligeiramente.
O longo escrutínio deu a Sweeney tempo para o observar também. Rullman parecia mais velho do que nas fotografias, mas isso era natural; quanto muito, parecia um pouco menos marcado pela idade do que Sweeney antecipara. Era magro, parcialmente calvo, de ombros curvados, mas a curva confortável abaixo da cintura que as fotografias mostravam quase tinha desaparecido. Era evidente que viver em Ganimedes o endurecera um pouco. As fotografias não tinham preparado Sweeney para os olhos do homem: eram tão velados e perturbadores como os de um mocho.
- É melhor dizer-me quem é - disse Rullman, por fim. - E como aqui chegou. Não é um de nós, isso é evidente.
- Chamo-me Donald Leverault Sweeney - disse Sweeney. - Talvez não seja um de vós, mas a minha mãe disse-me que sim. Cheguei aqui na nave dela. Ela disse que vocês me receberiam. 
Rullman abanou a cabeça. 
- Isso também é impossível. Desculpe, Mr. Sweeney, mas provavelmente não faz a mais pequena ideia da bomba que é. Sendo assim, deve ser filho de Shirley Leverault... mas como é que chegou até aqui? Como é que sobreviveu todo este tempo? Quem o manteve vivo, quem cuidou de si, depois de termos deixado a Lua? E, acima de tudo, com que é fugiu aos polícias Portuários? Sabíamos que as Autoridades Portuárias da Terra tinham encontrado o nosso laboratório na Lua, mesmo antes de o abandonarmos. Mal posso acreditar sequer que você existe.
No entanto, a expressão de incredulidade total do cientista estava a suavizar-se a olhos vistos. Estava já, calculou Sweeney, a começar a acreditar. Inevitavelmente: ali estava Sweeney perante ele, a respirar o ar de Ganimedes, a suportar facilmente a gravidade de Ganimedes, com o pó de Ganimedes na sua pele fria, um facto entre factos indiscutíveis. 
- Os polícias Portuários encontraram a cúpula grande, sim - disse Sweeney. - Mas nunca chegaram a encontrar a pequena, a fábrica de pilotos. O papá rebentou com o túnel entre ambas antes de eles aterrarem. Morreu no desmoronamento. Claro, quando isso aconteceu eu ainda era apenas uma célula num frasco. 
Compreendo - disse Rullman pensativamente. - Apanhámos uma explosão nos instrumentos da nave antes de levantarmos. Mas pensámos que eram os atacantes Portuários a começar a bombardear, embora isso fosse inesperado. Então também destruíram o laboratório grande, afinal de contas?
- Não - disse Sweeney. Certamente qeu Rullman devia saber disso; as comunicações por rádio entre a Terra e a Lua deviam ser detectáveis aqui, pelo menos ocasionalmente. - Ainda havia algumas linhas de intercomunicação para lá; a minha mãe costumava passar muito tempo a ouvir o que se estava a passar. E eu também, depois de termos idade suficiente para compreender. Foi assim que soubemos que a colónia de Ganimedes também tinha sido destruída.