nº 140 - Projecto Animal



Autor: Charles Eric Maine
Título original: B.E.A.S.T.
1ª Edição: 1966
Publicado na Colecção Argonauta em 1969
Capa: Lima de Freitas
Tradução: Eurico da Fonseca

Súmula - foi apresentada no livro nº139 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":

É na Unidade de Investigação número oito do Ministério da Defesa da Grã-Bretanha - unidade encarregada de estudar a guerra genética - que decorres a acção de Projecto: Animal, o próximo volume da Colecção Argonauta e a última obra de Charles Eric Maine.
Será a guerra genética - "o maior dos horrores até hoje sonhados pelos cientistas militares" - apenas uma invenção do autor, como tantas outras que surgem nas obras de ficção-científica?
Talvez o fosse, quando Charles Eric Maine a publicou. Mas agora pertence ao número das tremendas realidades e dos apocalípticos perigos do nosso tempo. Pouco tempo depois da publicação de Projecto: Animal, surgiram as primeiras obras científicas sobre a guerra genética (como The Biological Bomb, de Gordon Taylor). E no dizer do professor Salvador Luria, do Instituto de Tecnologia de Massachussetts, nada impede, por processos genéticos, que os homens possam ser tornados mortalmente sensíveis a determinadas substâncias, podendo-se assim condenar toda a população de um país ou de um continente à morte ou à escravidão, sem que ela sequer se aperceba de que caminha para tal sorte.

Introdução:

Charles Eric Maine é um dos mais prolíficos autores ingleses de ficção-científica. E é também um dos mais notáveis, tanto pela profundidade como pela diversidade dos temas que foca. Por isso se compreende que a sua obra esteja largamente representada na Colecção Argonauta: (nº19 - Caminhos do Espaço; nº65 - Projectado no Futuro; nº96 - 2000: Ano do Terror; nº106 - O Vírus Destruidor; nº116 - A Batalha do Vácuo).
Uma das suas características mais interessantes é o facto de as suas obras decorrerem na actualidade ou num futuro muito próximo, baseando-se em problmeas que podem surgir em qualquer momento, por acaso ou por via dos progressos imediatos da Ciência e da Técnica. E em todos eles é notável a análise, por vezes mordaz, por vezes escalpelizante, da sociedade britânica, com todos os seus vícios, e todas as suas virtudes.
Em qualquer caso, e como se disse, raras vezes Charles Eric Maine repete um tema ou um ambiente. Se uma das suas obras se situa em plena Lua e descreve o drama pungente dos primeiros homens - e da  primeira mulher - que lá descem (A Batalha do Vácuo) , logo outra descreve - com um valor que a eleva ao primeiro plano em qualquer literatura - o que poderia acontecer ao mundo moderno, e  principalmente ao mundo britânico, no caso do aparecimento de uma epidemia tanto ou mais mortífera do que a medieva peste negra (O Vírus Destruidor).
Em Projecto: Animal, o autor coloca-nos também em presença de um mundo completamente diferente de todos quantos tem descrito - um mundo ignorado e no entanto bem próximo: o das "Unidades de Investigação" do Ministério da Defesa Britânico e dos estudos que estão a ser feitos sobre a guerra genética.
Para além do seu indiscutível valor literário, é profundamente curioso - e significativo - que a publicação de tal obra, na Grã-Bretanha, tenha antecedido em quase dois anos o primeiro trabalho científico sobre a guerra genética: The Biological Bomb, de Gordon Rattray Taylor. O que prova ser a ficção-cientifica algo mais do que simples fantasia. 

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