nº 75 - Plano Sete



Autor: Mordecai Roshwald
Título original: Level Seven
1ª Edição: 1959
Publicado na Colecção Argonauta em 1963
Capa: Lima de Freitas
Tradução: Alfredo Margarido


Súmula - foi apresentada no livro nº74 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta:  

Com este romance, tem a Colecção Argonauta o prazer e a honra de apresentar em Portugal um dos mais extraordinários romancistas no sector da ficção-científica: o escritor israelita Mordecai Roshwald. O presente livro é uma das suas obras mais belas.
Num país europeu, (presumivemente a Inglaterra) há uns estranhos abrigos subterrâneos destinados a servirem de refúgio a determinadas pessoas em caso de guerra termo-nuclear. O mais profundo - o sétimo - é reservado ao pessoal que desencadeará a guerra quando os políticos o determinarem...
O autor deste livro - trata-se de um diário - é um dos oficiais que se encontram nesse abrigo. Vai anotando quotidianamente os seus sentimentos e reacções nesse universo estranho, mas perfeitamente plausível onde se encontra. O horror dessa forma de existência é desctita em Plano Sete com tal densidade que o grande escritor inglês J.B. Priestley não hesitou em comprar Mordecai Roshwald ao grande Franz Kafka...
Nesse universo cego e frio, tudo vai conduzindo à catástrofe final: e os horrores de um cataclismo termo-nuclear conduzem inevitávelmente à mais espantosa devastação da História, que Roshwald descreve em termos de pavor inenarrável. Nessa catástrofe, não haveria vencedores nem vencidos...
E foi por isso que este livro, dedicado a Nikita e Ike, recebeu o aplauso público de um Bertrande Russell, de um Linus Pauling, de um Fred Hoyle, que recomendaram vivamente a leitura de PLANO SETE.

2 comentários:

  1. Meus caros
    Um livro extraordinário. Não foi por acaso que nomes tão ilustres o saudaram. O tema principal é muito simples: em caso de guerra nuclear, ninguém ficará vivo. Ponto final na Humanidade. A forma como está escrito é verdadeiramente envolvente. Percebemos o que se está a passar mas à medida que o tempo passa vai-se perdendo a ligação ao resto da humanidade, e à própria realidade, até que se faz o silêncio.
    Não perder!
    Abraço
    Augusto Mouta

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  2. Mais do que um livro de ficção científica este é um grande livro.
    Magistralmente bem escrito, sob a forma de um diário, um género literário que não é o mais óbvio para cativar a atenção de um leitor, uma fraqueza que o talento do MR acaba por utilizar na valorização da narrativa.
    O clímax da história está nas últimas linhas, que transmitem uma enorme sensação de solidão e inutilidade.
    É uma obra datada, no sentido em que mexe com medos que atingiram o apogeu no período da guerra fria, mas que no início do século XXI foram substituídos pelos medos já não da aniquilação total, feita por um inimigo permanentemente bem identificado, mas de impactes pequenos e cirúrgicos, provocados por meia dúzia de protagonistas anónimos e dissumulados até ao momento em que se manifestam.
    Na minha modesta opinião um dos 3 melhores romances dos 100 primeiros números da Argonauta. Os outros dois são «O dia das Trífides» n.º 71 e o «Cidadão do Universo» n.º 80.

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