nº 22 - Vigilância Sideral

  
Autor: Pierre Versins
Título original: Les Étoiles Ne S' En Foutent Pas
1ª Edição: 1950

Publicado na Colecção Argonauta em 1955
Capa: Cândido Costa Pinto
Tradução: Alfredo Margarido 


Súmula - foi apresentada no livro nº 21 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":

Quando, certa manhã, o professor Balleret se instalou diante da sua câmara de televisão para dar início à sua lição, estava muito longe de supôr em que extensa série de acidentes iria ser envolvido. Nem mesmo as interrupções (vindas todas de um sobrinho do professor Martinet, o seu mais feroz opositor em questões de antropologia comparada) lhe despertaram um leve pressentimento. Os alunos, é claro que receberam com temor enorme, com tremendo receio a sua afirmação de que ó em 783,6 por mil dos casos as formas de vida eram sensívelmente iguais às dele; e enumerara os Pássaros, as Aranhas, as Lagostas, as Lesmas, os Antropóides, os Vegetais Fugazes (que descobrira numa das suas viagens de estudo), estranhos seres que povoavam a Roda, a Roda que constituía a Confederação dos Sistemas Estelares Rotativos, e à margem da qual existiam os Sistemas Inferiores e os Estados Não-Concorrentes.
Nesse mesmo dia, o professor Balleret recebeu uma chamada de Claude Martinet. A descoberta do seu aluno era espantosa, um foguetão de linhas antiquadas despenhara-se na superficie de IN 6002 Oeste. Dada a sua estranha posição e o seu aspecto há muito caído em desuso, o foguetão só podia signifiar que era originário de qualquer ponto, dentro ou fora da Roda, onde existiria um povo já capaz de dominar as longas distâncias interestelares. Uma imensa máquina de vigilância sideral é posta em acção, e os investigadores partem para o planeta onde se despenhara a extravagante astronave. E qual não é a surpresa, ao depararem com uma realidade totalmente inesperada; são brancos, os tripulantes do foguetão! Os habitantes da Roda, retintamente pretos, ficam aturdidos. Com efeito, os brancos existentes na Confederação são seres sem capacidade mental, alheios a qualquer espécie de civilização, dados a religiões diversíssimas, desde as sanguinárias ao culto do amor universal. A notícia de que um segundo foguetão acaba de aparecer em outro planeta, lança todos numa imensa aventura, em que são percorridos mundos e mundos a velocidades incríveis.
E porque os brancos são inimigos figadais dos brancos, como se verifica, os habitantes da Roda estudam cuidadosamente a forma de eliminar o que parece pôr em perigo a boa harmonia existente. E a missão atravessa os mundos para chegar à Terra, situada nos Confins laterais, e lançar um aviso solene à loucura, à imprudência dos brancos.
Mal se pode resumir em livro denso, transbordante de aventuras espaciais, onde abundam os seres mais inesperados, as mais invulgares situações, os mundos infinitos, e que é denominado pela civilização dos Negros da Roda, um povo que coordena harmónicamente as possibilidades de uma civilização material extraordinariamente desenvolvida, com um equilóbrio espiritual que é uma lição de paz e de concórdia universal.

3 comentários:

  1. Uma obra de ficção do autor da Encyclopédie de l’utopie, des voyages extraordinaires et de la science-fiction (1972) que tem uma entrada sobre a FC Portuguesa e fundador da Maison d'Ailleurs (1976, em Yverdon, na Suiça.

    Mais uma vez parabéns por este magnífico trabalho que já adicionei no Memórias da Ficção Científica.

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  2. Muito obrigado amigo Álvaro pela sua simpatia. Para mim foi extraordinariamente gratificante fazer este blogue, uma homenagem a uma Colecção que sempre adorei e que me acompanhou toda a vida.

    Estive uns tempos sem regressar aqui, só vinha espreitar de vez em quando, mas espero em breve poder continuar o trabalho que me propus, de escrever os resumos dos números do resto da Colecção, do nº 100 em diante.

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  3. Prezado João, boa tarde.
    Leio sempre os notas de seu site antes de iniciar a leitura do livro da Argonauta.
    No caso deste livro em particular, peço que verifique a data da primeira publicação em francês, parece-me que foi em 1954.
    Ótimo trabalho o seu.

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