nº 135 - A Última Fortaleza Terrestre



Autor: A.E Van Vogt
Título original: Earth's Last Fortress
1ª Edição: 1960
Publicado na Colecção Argonauta em 1968
Capa: Lima de Freitas
Tradução: Eurico da Fonseca 

Súmula - foi apresentada no livro nº134 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":

O nome de A.E. Van Vogt é sobejamente conhecido dos leitores portugueses e brasileiros da Colecção Argonauta, que , por várias vezes, têm tido a oportunidade de contactar com a sua obra e com a imaginação prodigiosa de onde ela deriva.
Em A Última Fortaleza Terrestre, volta A.E. Van Vogt a oferecer-nos mais uma criação que justifica a notoriedade de que disfruta, em elevado número de países onde as suas obras se encontram traduzidas e largamente divulgadas.
A.E. Van Vogt consegue conciliar a imaginação transbordante com um vigoroso sentido de acção e de aventura. Ao mesmo tempo, imprime a todo o conjunto um dramatismo cuja intensidade envolve e mobiliza a atenção do leitor desde a primeira à última página.
É na perspectiva de uma conflagração (ou de um cataclismo?) que A.E. Van Vogt coloca a acção deste seu romance.
O derradeiro reduto defensivo, o derradeiro pólo de resistência quando todos os cartuchos já foram queimados, logrará subsistir? Quais são as forças de que se alimenta? Onde vão procurar-se e haurir-se as energias dos que enfrentam o embate de uma situação hostil e perigosa? Onde termina o heroísmo e começa a loucura?
Em A Última Fortaleza Terrestre, o autor soube criar um clima de emoção que, em todos os momentos, atinge a intensidade extrema sem perder, contudo, a característica possível de um símbolo ou de uma lição programática.
Por mais despegada que se encontre da realidade, esta obra de ficção - que os leitores e a crítica especializada transformaram em best-seller -, não deixa, todavia, de respeitar as fronteiras do verosímil. A Última Fortaleza Terrestre pode constituir, por isso mesmo, uma antevisão prospectiva da eventualidade real que a discutida pluralidade dos mundos e das civilizações já não recambia para os confins das utopias sem sentido. E, pelo mesmo motivo porque não constitui forçosamente um delírio imaginativo carecido de projecção real, A Última Fortaleza Terrestre pode ser também um apelo: um apelo à energia, um apelo à coragem, um apelo à persistência, que as circunstâncias futuras tornarão - quem sabe? -, à escala cósmica, uma realidade. 

Introdução:

A.E. Van Vogt, é um dos mais discutidos autores de ficção-científica. Talvez até o mais discutido. Para alguns, a sua obra é a "demência racionalizada". Para outros, ela é "exemplar". Existem assim os vogtianos e os antivogtianos. Só não existem os indiferentes.
Uns afirmam que o estilo de Van Vogt não é dos melhores, e isso, não podendo ser inteiramente negado, em particular quando aos seus primeiros trabalhos, explica-se pelo facto de a língua original do autor não ser a inglesa. Holandês naturalizado canadiano, a sua fixação nos Estado Unidos  a sua entrada na cena literária surgiram relativamente tarde. outra crítica frequente, mas também aplicável mais às primeiras obras que às recentes, é a de que a ciência - pelo menos a ciência actual - é frequentemente ignorada ou deformada, em proveito de uma imaginação esfuziante e multiforme, ao ponto de se tornar confusa e contraditória.
Outros - a maior parte - vêm exactamente nessa imaginação pasmosa - que no entanto está longe de ser pura fantasia - a característica mais interessante das obras de Van Vogt. E, de facto, bem se poderá dizer que nenhum outro autor é tão audaz, no desvendar do futuro da Humanidade e dos mistérios do espírito humano.
Quanto à aparente confusão dos seus temas, o próprio autor confessa: - "As minhas ideias primitivas para uma história são por vezes tão embrulhadas que parece incrível que a história final seja desenvolvida a partir de uma sombra de tão pouca substância". Mas o autor, também esclarece: "Desde que comecei a escrever ficção-científica, que tomei o hábito de colocar na história em que trabalho todas as ideias que me vêm ao espírito. Frequentemente, uma ideia parece não ter relação com o assunto, mas ruminando-a um pouco, encontro habitualmente uma maneira de a utilizar. Há escritores que aconselham a não se colocarem todas as ideias numa única história. Há que pô-las de lado - dizem eles - porque bem depressa nos pode surgir outra história em que elas talvez sejam mais úteis. Isto tem em si uma certa lógica, mas deixe-me dar um conselho em contrário: o funcionamento do cérebro não tem nada que ver com um processo negativo de colocação de ideias em reserva. Se dermos muita importância a uma só ideia, o cérebro concentrar-se-á sobre ela e deixará de construir ideias novas". 

Donde se conclui que Van Vogt é acima de tudo um escritor honesto, porque entrega aos seus escritos e logo ao seu público todas as ideias que ocorrem à sua imaginação maravilhosa e fecunda. Assim, se explica que, em Portugal como em todo o mundo, esse público o defenda e admire, como bem o prova a já larga representação das suas obras na Colecção Argonauta.

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