Autor: Roger Sorez (o nome do autor na capa tem uma gralha)
Título original: La Tentacion Cosmique
1ª Edição: 1954
Publicado na Colecção Argonauta em 1955
Capa: Cândido Costa Pinto
Tradução: A. Maldonado Domingues
Súmula - Foi apresentada no livro nº23 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":
Tradução: A. Maldonado Domingues
Súmula - Foi apresentada no livro nº23 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":
René Surral, um cientista francês de grande valor, empregado no Centro Nacional de Investigações, descobre que a acção dos raios cósmicos tem sobre os homens efeitos de fantásticas potencialidades, ao mesmo tempo que originam uma doença desconhecida, que resulta da acumulação da água pesada no sangue.
O cérebro de René Surral, activado pelos raios cósmicos, tem poderes sobre-humanos. Pode deslocar objectos à distância, pelo poder da sua vontade., ler o pensamento alheio, e até prever, em certa medida, acontecimentos futuros. O jovem cientista, deslumbrado pelas novas possibilidades que a sua descoberta lhe deparou, só pensa em libertar-se das mesquinas condições materiais em que tem vivido. A roleta, o baccarat, eis os meios de que se serve em primeiro lugar para conseguir o dinheiro que ambiciona possuir, para dar largas às suas libertinagens. Vai a Monte Carlo, acompanhado pelo próprio director do Centro de Investigações e ambos trazem de lá uma pequena fortuna. As mulheres estão doravante ao seu alcance, porque todas, segundo se crê, estão à venda no fantástico mercado da dissolução dos costumes da alta sociedade, onde os seus êxitos financeiros lhe deram ingresso.
Torna suas as mulheres dos que o rodeiam, e serve-se delas, sem escrúpulos, para atingir os seus fins. Reina como senhor absoluto sobra as alfurjas de Montmartre. Pouco a pouco, assenhoreia-se do controlo do contrabando de estupefacientes. Já dispõe de tantos fundos que pode montar um laboratório privativo. Assim, poder-se-á entregar, sem receios, às suas investigações secretas. Fabrica afrodisíacos irradiados com raios cósmicos, que vende a peso de ouro e ao mesmo tempo investiga novos campos da ciência que o conduzem a novas e sensacionais descobertas, resultantes da aplicação dos raios cósmicos: diamantes artificiais, um gás pacificante e muitas outras maravilhas. A doença mina-o, mas não perde a coragem. Os raios cósmicos que a tinham provocado, deram-lhe também o caminho da cura. Cada vez dispõe de mais dinheiro... e cada vez os seus costumes são mais desregrados e a sua amoralidade mais completa. Transforma em amantes todas as suas ajudantes de laboratório Até que uma delas, Lise Gercor, o põe no seu lugar.
Lise consegue, também, absorver raios cósmicos. Utiliza porém o seu poder, de uma forma pura e de acordo com a moral, o que lhe permitiu adquirir dotes superiores aos do próprio Surral.
O desprezo de Lise, transforma pouco a pouco o espírito de Surral. mas, por fim, ela afasta-se, fugindo para destino desconhecido. René Surral acaba por compreender a miséria moral que tem sido a sua vida. Agora as mulheres que o rodeiam só o enojam, com os seus torpes vícios e ambição ilimitada. Volta a encontrar Lise, mas a sua recusa em unir-se-lhe pelo casamento é mais inabalável que nunca, pois não quer aproveitar-se da fortuna que resultou do crime e do vício, levados ao último grau. Ela seria a vida, a verdadeira vida, mas continua sempre inacessível aos seus mais caros desejos.
A inveja dos poderosos lança René Surral na cadeia. Só com a ajuda de Lise Gercor poderá vencer aquela inesperada crise, libertar-se da malhas que a Justiça teceu à sua volta. E Lise presta-s a auxiliá-lo. Passam-se cenas de uma fantástica comicidade entre Surral e o técnico designado pela acusação. O julgamento está para breve. A sentença só pode ser a morte. Mas René Surral já não se interessa pela vida. O que a ela podia prendê-lo está fora do seu alcance. Só morrendo e renascendo puro, poderia fazer-se aceitar por aquela que consubstancia todos os seus desejos e que seria a chave da única felicidade que poderia acalentar os seus dias, caso pudesse escapar daquela terrível situação em que a sua louca sede de prazer o lançara.
Morrer e ressuscitar... talvez assim Lise o aceitasse. E a ideia começou a germinar-lhe no espírito. Claro que não poderia destruir a sua vida, no verdadeiro sentido da palavra. Nem toda a sua ciência, nem o poder tremendo dos raios cósmicos, permitiriam transpôr o seu espírito para outro invólucro material. Não era essa a ideia base de René Surral... Mas precisava de encontrar um equivalente. Era preciso matar o René Surral que tinha malbaratado de tal forma a vida e aproveitado com delícia todos os prazeres que as mulheres, o jogo, o vício e a incrível falta de senso moral da alta sociedade em que tanto desejara entrar, lhe haviam proporcionado. Que morresse, pois, René Surral... ressuscitando em alguém que pudesse desposar Lise.
E assim desapareceu para o Mundo uma das maiores esperanças da ciência. Teria renascido para a felicidade?
Lise consegue, também, absorver raios cósmicos. Utiliza porém o seu poder, de uma forma pura e de acordo com a moral, o que lhe permitiu adquirir dotes superiores aos do próprio Surral.
O desprezo de Lise, transforma pouco a pouco o espírito de Surral. mas, por fim, ela afasta-se, fugindo para destino desconhecido. René Surral acaba por compreender a miséria moral que tem sido a sua vida. Agora as mulheres que o rodeiam só o enojam, com os seus torpes vícios e ambição ilimitada. Volta a encontrar Lise, mas a sua recusa em unir-se-lhe pelo casamento é mais inabalável que nunca, pois não quer aproveitar-se da fortuna que resultou do crime e do vício, levados ao último grau. Ela seria a vida, a verdadeira vida, mas continua sempre inacessível aos seus mais caros desejos.
A inveja dos poderosos lança René Surral na cadeia. Só com a ajuda de Lise Gercor poderá vencer aquela inesperada crise, libertar-se da malhas que a Justiça teceu à sua volta. E Lise presta-s a auxiliá-lo. Passam-se cenas de uma fantástica comicidade entre Surral e o técnico designado pela acusação. O julgamento está para breve. A sentença só pode ser a morte. Mas René Surral já não se interessa pela vida. O que a ela podia prendê-lo está fora do seu alcance. Só morrendo e renascendo puro, poderia fazer-se aceitar por aquela que consubstancia todos os seus desejos e que seria a chave da única felicidade que poderia acalentar os seus dias, caso pudesse escapar daquela terrível situação em que a sua louca sede de prazer o lançara.
Morrer e ressuscitar... talvez assim Lise o aceitasse. E a ideia começou a germinar-lhe no espírito. Claro que não poderia destruir a sua vida, no verdadeiro sentido da palavra. Nem toda a sua ciência, nem o poder tremendo dos raios cósmicos, permitiriam transpôr o seu espírito para outro invólucro material. Não era essa a ideia base de René Surral... Mas precisava de encontrar um equivalente. Era preciso matar o René Surral que tinha malbaratado de tal forma a vida e aproveitado com delícia todos os prazeres que as mulheres, o jogo, o vício e a incrível falta de senso moral da alta sociedade em que tanto desejara entrar, lhe haviam proporcionado. Que morresse, pois, René Surral... ressuscitando em alguém que pudesse desposar Lise.
E assim desapareceu para o Mundo uma das maiores esperanças da ciência. Teria renascido para a felicidade?
Sem comentários:
Enviar um comentário