nº 531 - A Reinvenção dos Dragões 2



Autor: Anne McCaffrey
Título original: Dragonsdawn
1ª Edição: 1988
Publicado na Colecção Argonauta em Novembro de 2001
Capa: António Pedro
Tradução: Alexandra Santos Tavares
Revisão: Dália Moniz 

Súmula - foi apresentada no livro nº530 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":  

O seu olhar susteve o de Nora Sejby. Ela não era certamente o tipo de pessoa que ele teria achado indicada para impressionar um dragão, mas Tenneth tinha-a escolhido, e teriam de se aguentar. Nora era propensa a acidentes e Tenneth tinha já arrastado a sua colega para fora da terra e impedido que esta caísse nos buracos e fendas que existiam nos montes em volta das Cavernas de Catherine. Por outro lado, Nora tinha navegado pela Baía do Mónaco desde que tinha tido forças para lidar com a cana do leme e tinha-se especializado tanto em deslizadores como em barcos. 
- Para já, temos o ar em nosso redor. Se cairmos, caímos numa superfície dura e que nos irá ferir - Sean fez os gestos, apropriados, batendo com uma mão na palma da outra, sobressaltando Nora com o ruído. 
- E então? - disse Peter Semling. - Usamos uma sela.
- As costas dos dragões têm asas - replicou secamente Sorka.
- Montamos à frente, sentando-nos na parte côncava entre as duas cristas - prosseguiu Sean, pegando numa folha de película opaca e num marcador. Fez um esboço rápido do pescoço e ombros do dragão, e da disposição das duas faixas. - O cavaleiro tem de usar um cinto robusto, amplo como um cinto de ferramentas. Prendemo-nos de ambos os lados, e o cinto de segurança passa sobre as nossas coxas como medida extra de apoio. E iremos precisar de arreios de voo especiais e óculos protectores - o vento fez com que eu ficasse com os olhos cheios de lágrimas, e nem sequer estive no ar assim tanto tempo.
- Como é que foi realmente, Sean? - perguntou Catherine Radelin, com os olhos a brilharem de entusiasmo.
Sean sorriu.
- Foi a sensação mais incrível que jamais tive. É melhor do que voar numa nave completamente mecânica, quero dizer... - Ergueu os punhos, retesando os braços para o peito e impulsionando as mãos para cima, numa expressão de experiência indescritível. - É... é algo entre nós e o nosso dragão, e... - Estendeu os braços - E todo o raio do mundo.
Fez uma apresentação menos dramática na reunião improvisada quando lhe pediram para contar como tinha sido tal experiência. Sean teria preferido ter falado do assunto em particular, talvez com o Almirante Brenden, Pol, ou Red, mas deu consigo a enfrentar toda a assembleia. 
- Escute, Red, o risco foi justificado - disse, olhando rapidamente para o almirante e depois para Red Hanrahan. O seu sogro tinha ficado furioso e magoado como que ele considerara uma traição. Sean não tinha esperado aquilo. - Estávamos quase no cume quando soube subitamente que tinha de provar que os dragões nos podiam levar. Senhor almirante, por vezes, nem todos os planos do mundo nos levam ao ponto certo na altura certa.
O almirante acenou sabiamente com a cabeça, mas a expressão surpreendida do rosto de Jim Tillek e a atenção súbita de Ongola indicaram a Sean que tinha dito algo errado. 
- Eu podia arriscar o meu próprio pescoço, mas não o de outros - prosseguiu ele - de forma que temos de levar algum tempo para conseguirmos preparar outros cavaleiros para voar. Eu próprio já cavalguei muito e dirigi deslizadores, mas voar num dragão não é a mesma coisa, e não irei tentá-lo novamente até que Carenath tenha alguns cintos de segurança para pôr. E em mim.  

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