Autor: A.E. Van Vogt
1ª Edição: 1977
Publicado na Colecção Argonauta em 1978
Capa: Manuel Dias - (terminam neste número as capas concebidas por Manuel Dias)
Tradução: Eurico da Fonseca
Súmula - Foi apresentada no livro nº252 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":
O Colosso Anarquista - (The Anarchistic Colossus) é a última obra de A.E. Van Vogt e é também uma das mais interessantes desse autor, tão estimado pelos amadores da ficção-científica no nosso país. Eis o que o próprio A.E. Van Vogt disse da sua novela:
Nesta novela, eu parti do princípio de que a natureza básica do macho humano (em particular), tal como tem sido observado deste tempos antigos, não se vai alterar para melhor nos próximos tempos. Sendo assim, a minha pergunta não foi: que perfeição podemos antecipar para os seres humanos no futuro? - Foi: que espécie de tecnologia seria necesssária para manter um sistema de anarquismo entre todas as criaturas humanas que se comportam mal, à nossa volta?
Nenhum governo. Nenhuma polícia. Ninguém a cuidar da loja. A operação teria de ser, toda ela, automática.
Dirão que sem dúvida a ficção-científica, que tende demasiadas vezes a criar os seus próprios factos para apoiar a realidade das premissas de uma história, foi finalmente demasiado longe. Dirão que só a apresentação de uma tal questão, resulta ridícula. Os seres humanos são incorrigíveis na sua infinitamente perigosa loucura.
Concordo. É exactamente o que eu disse. Mas como podeeremos criar uma sociedade anarquista apesar dessa loucura?
Bem...
Ao escrever isto, tenho perante mim a cópia de uma patente concedida há alguns anos a uma importante empresa construtora de aviões da costa ocidental dos EUA. Segundo ela, a técnica fotográfica kirliana é combinada com um sistema de relé. Então, ocorre o seguinte: a máquina fotográfica foca: a pessoa fotografada - um actor - finge estar possuído de cólera. A sua representação da emoção, real como é, altera o padrão kirliano. Isso acciona um relé. Do outro lado do edifício, noutro compartimento, um segundo relé liga (ou desliga) uma grande máquina.
Dois pensamentos devem ser expressos à parte. Primeiro: acontece demasiadas vezes que os autores de ficção-científica do nosso tempo, ao predizerem o futuro, surjam com alguma coisa que tenha sido inventada dez anos antes. Teremos também aqui um pouco disso. Segundo: recentemente , li que um grupo de cientistas americanos provara que o efeito kirliano não podia ser conseguido sem o auxílio de humidade, e portanto não era o que se disse. Aepnas posso olhar para a minha cópia de patente já descrita - e abanar a cabeças perante o desmentido deles.
A patente diz que uma máquina pode ser comandada por uma emoção humana, captada por uma máquina fotográfica ou uma câmara de televisão. Creio nisso, para os fins da história. Tenho o direito de deduzir que se uma emoção - a cólera - pode ser usada para um certo fim, então um espectro de outras emoções pode, por meio de microprocessadores - pequenos computadores determinar um grande número de acções coordenadas.
Podemos portanto visualizar uma unidade completa com o seu microcomputador e os seus sensores kirlianos, mais um sistema de punição laser (que no fim constitui o próprio sistema de defesa da unidade). Imaginem isso, multiplicado por um ou mais milhares de milhões de unidades, todas auto-suficientes mas interligadas e, evidentemente, espalhadas pelo planeta. A minha história começa quando essa é a situação existente na Terra...
...Os invasores alienígenas olharam para essa sociedade ideal. E decidiram que o homem, anarquista como é, não poderia defender o seu planeta.
Introdução:
A introdução da obra, é o texto integral que é apresentado na súmula.
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