nº 241 - Tigre! Tigre!



Autor: Alfred Bester
Título original: Tiger! Tiger!
1ª Edição: 1955
Publicado na Colecção Argonauta em 1977
Capa: Manuel Dias
Tradução: Eurico da Fonseca

Súmula - Foi apresentada no livro nº240 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":
Alfred Bester é o autor de O Homem Demolido (nº35 da Colecção Argonauta), uma das mais célebres novelas de ficção-científica de todos os tempos. Dizendo-se isso, nada mais será necessário dizer do autor de Tiger! Tiger!, no título original.
E certo é que Tigre! Tigre! é outro grande clássico.
A história de vingança de Gulliver Foyle - um patife, um bandido, um mentiroso, um "cancro vivo" - decorre no século vinte e quatro. Um século que corresponde a uma verdadeira Idade do Ouro, "um tempo de grandes aventuras, de vida bela e morte dura... mas um tempo em que ninguém pensa na vida ou na morte. Um futuro de fortuna e ladroeira, de pilhagem e de rapina, de cultura e de vício... ainda que ninguém admita tal coisa. Uma idade de extremos, um século de fenómenos - fascinante, ainda que ninguém o adore. E Gulliver Foyle - um homem obcecado pela vingança - é afinal o que há de mais valioso neste século. Ainda que ele não o saiba".
Eis, em traços largos, o tema do próximo volume. 

Introdução:

Alfred Bester é um dos mais conhecidos autores de ficção-científica, ainda que não dos mais prolíficos. A ele se deve uma das mais belas obras do género - O Homem Demolido (nº 35 da Colecção Argonauta), considerado o "Livro do Ano" pelo XI Congresso Mundial de Ficção Científica.
Em Tigre! Tigre! - (Tiger! Tiger!),  Bester excede-se a si próprio. Trata-se, de facto, de algo ainda melhor, mais dramático, mas refinado no entrecho e no estilo, que O Homem Demolido: a história de um homem que em pleno século XXIV - num tempo de "boa vida e má morte" - vive apenas para a sua vingança.
Há em Tigre! Tigre! análises que nunca foram feitas - como a das consequências sociais e económicas do desenvolvimento de capacidades psíquicas tais como a teleportação. Análises surpreendentes - que tornam Tigre! Tigre! no primeiro anti-romance de ficção-científica. Em algo em que não existe o maravilhoso, mas sim a tragédia; em que o futuro dos homens não é de esperança e beleza, mas sim de cobiça e desumanidade. Em que os homens continuam a ser físicamente homens, mas não humanamente homens. 

Nota: li imensas vezes esta obra do Alfred Bester, que sempre me impressionou bastante. A sensação de revolta como catalisador para ultrapassar certas situações é uma ideia curiosa, que o autor explora de modo muito interessante.

3 comentários:

  1. Caro João,
    As minhas felicitações pelo modo como sistematizou esta homenagem a uma colecção de livros que foi uma das minhas companhias de adolescência e que estou agora a tentar revisitar e re-explorar, volvidas mais de três décadas...
    Alfred Bester foi o autor de FC que mais fortemente me ficou gravado na memória, sobretudo pela vertigem e pela articulação na narrativa e também pelo profundo conhecimento do lado negro da natureza humana que revelava. Tigre, Tigre é um dos meus absolutos favoritos.
    Mais uma vez, parabéns.

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    1. Viva,
      Muito obrigado pelo seu comentário, fico sempre feliz quando alguém me refere ter apreciado o blog e também gostar da Colecção Argonauta. Pelo meu lado, os meus parabéns também pelas suas excelentes fotos!
      Partilho consigo a forte memória relativamente à obra "Tigre! Tigre!" do Alfred Bester, que na altura em que ali, ainda adolescente, também me impressionou fortemente.
      Grato e um abraço, espero que vá aparecendo por aqui.

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  2. Olá,
    mais uma vez os meus agradecimentos e parabéns pelo blog que criou em torno desta adorada colecção.

    Terá alguma informação sobre o autor das capas de nome Manuel Dias? Penso que a partir do momento em que as capas lhe são atribuidas, estas deixaram de ter ilustrações originais, pelo menos até à chegada de A. Pedro.

    Esta, p.ex., é da autoria do David Pelham, e ilustra a capa deste mesmo livro numa edição da Penguin.

    Cumprimentos

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