nº 23 - Slan


Autor: A. E. Van Vogt
Título original: Slan
1ª Edição: 1946
Publicado na Colecção Argonauta em 1955
Capa: Cândido Costa Pinto
Tradução: A. Maldonado Domingues

Súmula - foi apresentada no livro nº 22 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":

A mãe fora morta... mas ele era Jommy Cross, o herdeiro da ciência de seu pai; era o mais importante de todos os Slans. Tinha o dever de não se deixar apanhar para que a sua raça pudesse um dia conquistar o lugar que lhe pertencia. A velha era má, perversa, só via nele um meio de conquistar a fortuna que lhe permitisse satisfazer os seus torpes vícios, mas salvara-o de uma morte certa e permitir-lhe-ia esconder-se dos seres humanos até ao dia em que fizesse quinze anos... o dia maravilhoso em que entraria na posse dos segredos de seu pai. Até lá, teria que pôr ao serviço da megera as suas naturais possibilidades telepáticas, as excepcionais propriedades dos seus músculos de Slan, que não conheciam a fadiga, as admiráveis vantagens que o distinguiam dos seres humanos; tinha que servir-se da superioridade da sua inteligência para roubar, para satisfazer a cupidez da velha e evitar que ela tivesse a tentação de o entregar á vingança dos seres humanos, que só desejavam matá-lo, porque ele era um Slan. Jommy não lhes queria mal, apesar disso. Só pretendia, no íntimo do seu coração, acabar com aquela luta entre Slans e seres humanos que ainda se tornava mais complicada pelo facto da existência de uma segunda raça de Slans -  os Slans sem fibrilas - que dominavam virtualmente a Terra, confundidos com os seres humanos a quem odiavam tanto como aos Slans verdadeiros, a que Jommy pertencia. Era uma guerra em triângulo, uma guerra sem quartel que só poderia trazer desgraça à Humanidade. Era um mistério, a existência dos Slans. Onde se esconderiam? Jommy nunca conseguira encontrar um único dos seus semelhantes, até atingir a idade de entrar nas catacumbas para tomar posse dos segredos do seu pai! E, no entanto, devia haver milhões deles espalhados pelo Mundo...
Era esse também o problema de John Petty, o chefe da polícia secreta do Ditador do Mundo, Pier Gray. Mas John Petty procurava os Slans para os exterminar, movido por um ódio sem limites, que a presença de Katleen Layton no Palácio ainda mais exacerbava. Katleen era uma Slan... Vivia no meio dos seres humanos, graças à protecção do Ditador, Pier Gray, que afirmava conservá-la viva para fins de estudo. A pobre rapariga sentia o ódio pesar sobre ela como uma cortina asfixiante. A sua vida estava em perigo iminente a todos os instantes. Não podia contar muito com a protecção de Pier Gray - o tradicional inimigo dos Slans, segundo a opinião geral. Sentia sempre suspensa sobre a cabeça uma sentença de morte. e uma noite, o seu cérebro de telepata deu o alarme. Entrara-lhe no quarto um assassino a soldo do terrível John Petty que queria, com a sua morte, atingir um duplo fim: saciar nela o seu ódio pelos Slans e diminuir ao mesmo tempo o prestígio do Ditador de forma a conquistar por sua vez o poder supremo. O assassino rastejava, tentando conservar a sua mente vazia de pensamentos... mas o cérebro supersensível de Katleen, uma vez alerta não podia deixar-se enganar: "Louco... Acaso pensas que podes agarrar um Slan na escuridão...?", perguntou ela com desprezo , ao mesmo tempo que abria a porta secreta que ia dar ao gabinete de Pier Gray. Luta política. Os membros do Conselho de Estado pagam com a vida a sua adesão ao traidor John Petty. Só este escapa e continua na chefia da polícia secreta, porque Pier Gray assim o decide. A vida de Katleen fora salva por essa vez, mas não tardará muito que esteja novamente em perigo mortal.
Entretanto, Jommy Cross chegara à tão desejada idade dos quinze anos. Eis o dia em que devia dirigir-se às catacumbas e, seguindo a orientação que o pai lhe imprimira hipnóticamente no cérebro, apoderar-se da caixa que continha os apontamentos e a arma que o transformariam no homem mais poderoso do Universo. Nesse dia as ruas estavam desertas, porque se esperava que uma nave Slan sobrevoasse a cidade. As autoridades tinham declarado o estado de sítio. A expectativa era tremenda.
Mas a nave passou sobre a cidade como um grande pássaro de prata, limitando-se a deixar cair sobre o Palácio uma mensagem dos Slans. Jimmi fica desiludido porque aquela nave, embora bela, não passava de um brinquedo em comparação com as formidáveis astronaves que os Slans sem fíbrilas possuíam secretamente. Jommy entra nas catacumbas. Uma campainha de alarme começa a tocar desesperadamente. Corre, ansioso por chegar ao esconderijo pelo caminho que o seu subconsciente conhece. Finalmente: uma laje desloca-se e aparece uma caixa. É preciso abri-la. Vários segundos decorrem, inexorávelmente, e a todo o instante podem aparecer guardas atraídos pelo barulho das campainhas de alarme. Eis, enfim, aberta a caixa. A arma e os apontamentos onde o pai resumira as conquistas científicas, estavam por fim à sua disposição. Nesse momento, os sentidos supersensíveis de Jommy Cross revelaram-lhe a proximidade de vários guardas. Um momento depois apontavam-lhe uma arma ordenando-lhe "Mãos ao ar!". Os guardas tinham ordem para matar os Slans onde quer que os encontrassem, mas Jommy sabia que nenhum ser humano podia competir com ele em rapidez de reflexos. E numa fracção de segundo, rápido como o relâmpago, apontou e disparou a pequena mas poderosíssima arma e os guardas desapareceram... volatilizaram-se.
Jommy tinha o caminho livre. Foi buscar a velha e apoderou-se de uma das astronaves dos Slans sem fibrilas. Julgava-se a salvo, mas quando se encontrava a estudar o quadro de instrumentos, foi de súbito atacado por um Slan sem fibrilas que se escondera a bordo da astronave. o perigo era mortal: durante horas a vida de Jommy esteve presa por um fio, mas esse frágil fio era também o suporte de toda a vida inteligente da Terra, porque Jommy era a única esperança que restava aosSlans, aos Humanos e aos Slans sem fibrilas, empenhados numa tríplice luta sem tréguas. Se a ciência do seu pai caísse em poder daqueles implacáveis Slans, que diferiam dos verdadeiros por não terem capacidades telepáticas, a raça humana seria destruída e com ela a raça dos Slans verdadeiros à qual Jommy Cross pertencia. Embora tivesse dominado a mulher Slan, continuava em perigo, porque uma esquadra de poderosas astronaves seguia em sua perseguição. Mas a superior inteligência de Cross indicava-lhe o caminho da salvação.
Decorrem anos. Cross empenha-se no seu sobre-humano trabalho de interpretar os dados científicos que recebera como herança.
No Palácio do Ditador do Mundo, Katleen está novamente ameaçada de morte. O fanático John Petty, que jurara matá-la, convence o Ditador a entregá-la à "protecção da sua polícia secreta. Katleen sabe bem o que a espera, e decide fugir para um dos antigos esconderijos dos Slan.
Seis anos tinham passado desde a fuga de Jommy Cross na Nave Slan. Era agora um Slan adulto, na posse de todas as faculdades das sua raça e dispondo do poder quase ilimitado que a aplicação integral da energia atómica lhe conferia. O seu carro, embora vulgar de aparência, era invulnerável em relação às armas que o Mundo conhecia. Só uma incógnita continuava a barrar-lhe o caminho: onde se esconderiam os Slans verdadeiros? Anos e anos de buscas incessantes e nem sequer conseguira encontrar um outro ser da sua raça! De súbito, porém, descobre que a polícia anda no encalço de uma rapariga Slan! Tem que a encontrar! Quem sabe se estará ali o elo de ligação? Jommy percorre velozmente as estradas silenciosas dos arredores da cidade, indiferente ao perigo, no seu carro inexpugnável, e de súbito sente no cérebro o inconfundível toque de uma outra comunicação telepática proveniente de outro Slan. Finalmente! Chegara o momento. Num convívio de breves horas, Katleen Layton e Jommy Cross já sentem, recíprocamente, um profundo amor. Mas a vingança implacável de John Petty não os poupa: Katleen é ferozmente abatida à sua vista.
Jommy Cross sentiu naquele momento que a sua vida só podia ter um objectivo: acabar com aquela terrível luta. A bordo da sua nave, arrisca-se a ir a Marte, onde os Slans sem fibrilas se estão a preparar para atacarem a Terra e destruir a Humanidade. Esperava lá encontrar os verdadeiros Slans, os da sua raça, escondidos entre os humanos. Mas as suas esperanças foram iludidas e Jommy está em perigo de ser descoberto... o que seria, sem dúvida, o fim. No entanto, Johana Hillory, a mulher que tentara matá-lo a bordo da nave Slan de que ele se apoderara, resolve ajudá-lo, já convencida de que era Jommy quem tinha razão e que aquela luta racial, em que três facções andavam empenhadas, não tinha qualquer sentido, porque afinal os Slans tinham resultado da evolução com os humanos. E Jommy regressa à Terra. Vai procurar decifrar o mistério no único sítio em que ainda não tinha penetrado: o Palácio do Ditador do Mundo. Atravessar a rede de fortificações que protegiam o Palácio foi a maior proeza de toda a vida de Jommy. Balas chovem à sua volta, como granizo. A entrada secreta está, porém, próxima e Jommy mergulha de um salto no escuro poço que o conduzirá ao subterrâneo secreto. De repente fica aprisionado entre duas paredes de aço. Sente-se a subir, lenta mas inexorávelmente. Caíra na teia da monstruosa aranha que dominava o mundo dos homens? As trevas que o rodeavam desfazem-se bruscamente e Pier Gray, o Ditador estava à sua frente... E, por inacreditável que parecesse, o mistério ia desvendar-se e a felicidade esperava-o, quando a julgara para sempre perdida!

3 comentários:

  1. Ena! Este é o mais antigo que eu tenho na minha colecção(que já vem dos meus pais).
    Já nem me lembro que idade tinha quando o li pela primeira vez, mas era bem novinho...
    Um dia tenho que arranjar tempo para reler estes livros... E, quem sabe, comprar mais alguns.

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  2. Slan é a história de uma variedade mutante da humanidade, os slans: homens superiores, física e mentalmente. Eles são brilhantes, corajosos, e possuem poderes telepáticos.
    Jommy Cross é um SLAN, geneticamente uma raça humana, que foi criada para ajudar a humanidade, mas agora é desprezada e perseguida pelos seres humanos "normais"

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