nº 529 - As Labaredas de Azeroth 2


Autor: C. J. Cherry
Título original: Fires of Azaroth
1ª Edição: 1979
Publicado na Colecção Argonauta em Setembro de 2001
Capa: António Pedro
Tradução: Alexandra Santos Tavares
Revisão: Dália Moniz 

Súmula - foi apresentada no livro nº528 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":  


Os "Arrha" montaram guarda nos bosques e, mais adiante, no prado.
- Não fiqueis aqui quando eles vierem - disse Morgaine ao último. - Perdereis as vossas vidas. Abrigai-vos junto dos mais velhos. 
Eles baixaram a cabeça, em sinal de assentimento, à sua maneira silenciosa. - Talvez obedecessem, talvez não. Não se podia discutir com homens que não falavam. 
Ali se erguia o seu único objectivo, a colina pedregosa ao lado do prado e o caminho que serpenteava entre as árvores. Os gritos da horda soavam muito perto daquele local, talvez para além da cortina de árvores no outro lado da colina.
Subiram a elevação a cavalo e seguiram em frente, com Morgaine a guiá-los por entre as árvores que coroavam aquela encosta e chegavam ao outro lado. Os rochedos eram frequentes ali, uma massa de basalto amontoada que se transformara num promontório nu, o mais elevado de todos os pontos em redor. 
Ali Morgaine deteve a sua montada e deslizou para o chão, deixando Siptah sozinho. Os restantes desmontaram e ataram os seus cavalos às árvores antigas, seguindo-a.
Vanye olhou para trás; chegava o último deles, Roh, que desmontou igualmente e se aproximou. Roh poderia ter fugido. Fá-lo, desejou Vanye de todo o seu coração; mas aqueles que amavam o homem sabiam por que motivo ele ficara, e o que ele procurava, que era a sua alma.  
Mas Vanye não esperou por Roh; a batalha que Roh travava era apenas sua e ele receava intervir. Por isso voltou-se e seguiu Sharm e Dev, escalando as rochas. 
A colina proporcionou-lhe uma visão do prado, sendo mais alta do que lhe parecera, porque se sobrepunha à maior parte das árvores, naquele ponto, com os seus dedos de pedra quebrados a apontar para o céu. Havia lajes semelhantes a pedras erectas naquela crista, não obra dos "qhal" mas da natureza. Morgaine e Merir colocaram-se entre duas delas, protegidos, com os outros membros do grupo.
Vanye passou cuidadosamente por Dev mesmo à beira, perto de Morgaine, obtendo uma vista que atravessava o rio e ia até muito mais adiante, aos bosques dos "harilim", de tal modo era subtil a inclinação do terreno em volta. Havia árvores, envoltas numa névoa verde-acinzentada, rodeando o local, tanto daquele lado do rio como do outro, e era mesmo visível parte da curva de uma clareira.
E, mais perto deles... avançava o horror. Era, como Lellin dissera, uma nova floresta nascida nas margens do Narn, uma massa eriçada de chuços de ponta metálica e lanças de madeira, sombria e horrível. De vez em quando, via-se um pequeno bando "khalur", conspíquo graças ao brilho do Sol reflectido nas suas armaduras... na sua maior parte constituído por cavaleiros. A horda enchia toda a margem e subia a garganta da zona baixa que levava ao prado, movendo-se constantemente e sem pressa. As suas vozes ressoavam como uma única garganta.
- São tantos - arquejou Vis. - Não há decerto tantos "arrhendim" em toda a Shathan. Não conseguimos arranjar tantas flechas. 
- Nem tempo para as disparar - disse Larrel.
Morgaine aproximou-se mais da beira. Vanye agarrou-lhe no braço, ansioso, embora a distância fosse grande e pequenas as hipóteses de ser avistada naquele ponto abrigado pelas rochas. Ela tomou em consideração o seu aviso, e parou.

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