nº 29 - Loucura no Universo


Autor: Fredric Brown
Título original: What Mad Universe
1ª Edição: 1951
Publicado na Colecção Argonauta em 1956
Capa: Cândido Costa Pinto
Tradução: Mário Henrique Leiria

Súmula - foi apresentada no livro nº28 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta:

Fredric Brown é hoje um dos mais conhecidos nomes da literatura de ficção nos Estados Unidos. Tornou-se famoso tanto pela sua prodigiosa, digamos mesmo desenfreada, imaginação como pela forma muito peculiar do seu sentido de humor, um humor capaz de tirar o sossego ao leitor que aprecie a boa chinela de lã e a lareira bem quentinha.
Tem abordado uma série de géneros literários e em nenhum deles é medíocre - romance policial, ficção-científica, teatro radiofónico, etc. Tudo tem servido a sua diabólica imaginação, apoiada por uma sólida cultura literária e científica e por uma crítica aguda e compreensiva dos problemas humanos.
Eis um divertido fragmento da autobiografia de Fredric Brown:
"Vivo actualmente em Taos, no Novo México. Quando não escrevo, distraio-me pintando aguarelas com um considerável entusiasmo e deixando tudo o que me rodeia incrívelmente sujo. Gabo-me também de ser o melhor tocador de flauta da terra, talvez por ser eu, em Taos, o único a tocar tal instrumento.Vivo na histórica casa do governador Brent e escrevo os meus romances na mesma sala onde este primeiro governador do Novo México foi assassinado, em 1848. É um ambiente ideal para um escritor de mistério, não acham? Espero que a minha obra beneficie bastante de tal ambiente...".
Livros do Brasil apresentaram já Fredric Brown como escritor policial na "Colecção Vampiro". Apresentam-no agora como autor de ficção-científica com o seu mais famoso romance do género, Loucura no Universo, uma cerrada e bem humorada crítica aos maus romances da especialidade, aos "space operas" e, simultâneamente, uma subtil análise de certas psicoses que no universo proposto por Brown ou no nosso, estão a levar o homem a desenfreadas perseguições. Loucura no Universo é já hoje considerado como um clássico da ficção-científica, e Livros do Brasil honra-se em apresentá-lo ao público português.

A primeira tentativa para enviar um foguetão à Lua resultou num fracasso. Em consequência, sem dúvida, de um defeito de construção, o foguetão tornou a cair na Terra, matando doze pessoas...
Keith Winton estava tranquilamente sentado no jardim. Súbitamente, houve um relâmpago e um choque! Quando Keith voltou a si, um pouco aturdido, a  paisagem tinha mudado. Havia ali uma casa que dantes não existia. Dirigiu-se para a cidade mais próxima. Os jornais eram subtilmente diferentes e o preço era em créditos, não em dólares ou em cêntimos. "Não pode ser, estou a sonhar!", pensou Keith. E, no entanto, livrou-se por um triz de ser morto como espião, ao pagar uma bebida. Que se passaria com o dinheiro? De volta a Nova Iorque, ficou absolutamente aturdido. As pessoas eram as mesmas, os lugares e as ruas idênticas, mas, apesar disso, tudo tinha mudado: ninguém nas ruas durante a noite, bandos de criminosos que assassinavam e roubavam ao abrigo da "ocultação total!".
Winton começou a perder a cabeça, quando soube que, nesse ano de 1954, a Terra estava em guerra com os habitantes do remoto Arcturus, a milhares de anos-luz de distância. Que mundo era aquele? Que se passava? Que significava a existência simultânea do velho Ford e da astronave? E os "Lunares", monstros vermelhos e, não obstante, pacíficos habitantes da Lua? Porquê habitantes da Lua? De confusão em confusão, de mistério em mistério, Keith vê-se obrigado a ser herói, a refugiar-se entre os exércitos siderais, combatendo nos confins da Galáxia para resolver o seu problema por meio... de uma nova explosão.

Um livro excepcional, de um grande autor.

1 comentário:

  1. Este é uma verdadeira "joia". Ficção de cariz pulp na sua mais pura expressão,é FC no seu lado mais divertido, irónico e satírico.
    Nesta novela,satiriza-se tudo, nem se poupando a própria FC.

    Um clássico esquecido, de um autor que é um "crime" esquecer!

    João m.

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