nº 80 - Cidadão do Universo


Autor: F. Carsac
Título original: Pour Patrie, l' Espace

1ª Edição: 1962
Publicado na Colecção Argonauta em 1964
Capa: Lima de Freitas
Tradução: Alfredo Margarido 


Súmula - foi apresentada no livro nº79 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta:  

O tenente Tinkar Holroy, da Guarda estelar do Império Galáctico, é enviado a cumprir uma missão de alta responsabilidade, que consiste em convocar a sétima esquadra. Tinkar é um dos melhores pilotos da Guarda, tendo vencido várias provas muito duras, mas não consegue entregar a sua mensagem, pois a sua astronave é sabotada, o que serve para mostrar que a revolta conta também os seus apaniguados entre a Guarda, considerada fidelíssima a Sua Majestade o Imperador.
Sabotada a astronave, Tinkar Holroy despenha-se no espaço, apenas com oxigénio bastante para subsistir vinte e quatro horas, e resigna-se a morrer, embora lamente ter de  morrer tão novo e devido a razão tão estúpida. Não tinha verificado o funcionamento da sua astronave, pois considerava que pertencendo à frota da Guarda, não seria possível que se verificasse qualquer sabotagem. 
No entanto os grupos populares que se revoltaram contra o poder imperial e sa forças que o apoiam e exigem (nobreza, polícia, política, guarda estelar), contam com infiltrações em todas as classes e estão determinados a ir por diante. A revolta há muito que estava latente, mas apesar dos vários sobressaltos populares que se tinham verificado, nunca se tinha constatado qualquer possibilidade de êxito. A situação modifica-se e Tinkar Holroy despenha-se no espaço, vítima da revolta dos seus concidadãos.
Quando está prestes a perder a consciência, devido à falta de oxigénio, avista uma astronave de dimensões invulgares, que não pode pertencer ao seu próprio povo, mas que presume pertença a outros humanos. E, com efeito, uma vez recolhido, pode constatar que essa astronave é a pátria de cerca de vinte e cinco mil descendentes dos cientistas e dos peregrinos que, há alguns milhares de anos atrás, fugiram do império galáctico, para procurarem a liberdade. Liberdade em todos os sentidos: política, religiosa, de trabalho, etc.
Todas estas cidades espaciais, agora cerca de cem, estão a ser atacadas por um povo não-humano, se bem que vagamente humanóide, os Mpfifis, que utilizam técnicas de combate mais eficientes, e dispõem de um instrumento que lhes permite irromper no hiperespaço, destruindo as cidades e recusando qualquer espécie de acordo.
Tinkar Holroy pode fabricar um instrumento que permita detectar as cidades espaciais dos Mpfifis, mas uma série de equívocos, provocados por mulheres, obrigam-no a não confiar o segredo desse instrumento aos seus salvadores. O resultado é o ataque dos Mpfifis, que provoca cinco mil mortos, e que só pode ser repelido graças ao conhecimento das técnicas de combate que Tinkar holroy põe em acção. Nesse combate morre a esposa de Tinkar, uma descendente dos peregrinos.
Consegue, posteriormente, ser desembarcado numa das regiões do Império Galáctico, onde uma nova ordem política foi já estabelecida. Cedo se cansa, quando verifica que a revolução substituíu uns tiranos por outros, tendo-se modificado apenas o rótulo. E começa a ser dominado pela nostalgia das cidades espaciais, onde a vida dispõe de uma organização mais coerente, mais perfeita, finalmente mais humana. 
Só tarde Tinkar consegue comprender quais as intenções dos habitantes das cidades espaciais. Constata que eles acreditam no Homem, ou antes na inteligência, pois existem raças humanas, diferentes dos homens pelo aspecto morfológico, mas que são apesar de tudo humanos, no sentido que lhe dão os habitantes do espaço. Acreditam sobretudo no homem, num homem que não era possível existir na Terra, pois no Império Galáctico acreditava-se sobretudo na força, diminuindo-se o alcance e a importância da inteligência.
Decerto o império novo que está em via de crescimento é ainda reduzido, ocupa uns poucos planetas, que foram destroçados por várias guerras, mas os teknores (os dirigentes técnicos das várias cidades espaciais), consideram inevitável o momento em que se há-de verificar uma transformação radical das forças do mundo. Ou seja, entrevêm o mometo em que será possível classificar os indivíduos, seja qual for a côr da sua epiderme, ou a sua constituição morfológica, apenas pela inteligência que demonstrem.
Quanto mais inteligente é um ser, mais profundamente vê o que há de absurdo no mal e, por consequência, mais apto está a transformar o mundo. As aventuras de Tinkar Holroy, desde o império galáctico, até à sua transformação em cidaão esteleano, sofre vários sobressaltos, a que não são alheias algumas mulheres muito belas, e por vezes muito generosas. Mas, para além de tais aventuras, há um objectivo mais importante a atingir, que é o fundamento da acção do próprio homem. 
Um guarda estelar conhece as misérias e as grandezas do Império, mas está destinado a esmagar o povo. Holroy acaba por descobrir o sentido da liberdade e, graças ao seu casamento com a bela ruiva Anaena, transforma-se num homem novo, que tem como pátria o Universo.

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