nº 66 - Ortog



Autor: Kurt Steiner
Título original: Aux Armes d'Ortog
1ª Edição: 1960
Publicado na Colecção Argonauta em 1961
Capa: Lima de Freitas
Tradução: Mário Henrique Leiria

Súmula - foi apresentada no livro nº65 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta:

"Enquanto a curva de senescência normal segundo os vestígios de Titan - dissera Hafzen - começava por volta dos vinte anos para decrescer lentamente até aos oitenta, a curva do homem actual começa aos dezassete ou dezoito anos e decresce segundo duas linhas distintas: uma, normalmente oblíqua, até aos quarenta anos: a outra, que desce rápidamente a partir dessa idade.
...Sacudiu a cabeça e continuou:
- A causa é necessáriamente de ordem genética. As radiações da Guerra Azul atingiram a estrutura do DNA, se bem que os genéticos afirmem o contrário.
Os genéticos eram terminantes. Baseavam-se em experiências realizadas sessenta anos antes: nos caixões de Titã, tinham encontrado espermatozóides e óvulos congelados. Tinha-se conseguido trazer à vida um certo número deles e realizar a fecundação in-vitro de metade dos existentes aproveitáveis.
As crianças obtidas por esse processo de ectogénese retardada tinham sobrevivido práticamente todas, mas a sua existência desenrolava-se não segundo a curva do vigésimo segundo século, de que era genéticamente contemporânea, mas segundo a curva actual. Actualmente, todos eles estavam mortos. Esta anomalia não podia ser proveniente das condições artificiais de gestação, porque era sabido que o século vinte e dois conhecera a ectogénese e as curvas de senescência dos produtos de gestação artificial eram nessa época idênticas às outras.
Os geriatras, como Hafsen, opunham a tudo isso a hipótese dum enfraquecimento do potencial vital dos gâmetas após uma longa hibernação... ou então que os genes tivessem sido atingidos aquando da sua transferência para Lassénia, sob a acção da radioactividade residual."

                                                                       * * *
Mas não havia duas opiniões concordantes, nessa futura sociedade feudal do século vinte e dois, acerca do mal que provocava a degenerescência da Raça. As limitações, as intrigas, o mal-estar social e a corrupção dominavam a sociedade feudal do século vinte e dois, surgida após o cataclismo da Guerra Azul com os Venusianos; o espírito geral, à parte algumas excepções, era o de resignação. Os padres "pregavam a resignação" nas práticas purificatórias. A maioria do povo encontrava nisso uma espécie de anestesia e muitos dos nobres mostravam-se satisfeitos com esse facto. Os nobres representavam os descendentes daqueles que tinham reconstruído a sociedade na base duma espécie de aristocracia comunitária, lado a lado com os sábios e os filósofos. 

                                                                        * * *
Mas a resignação não era para Dâl. Perante o corpo do pai, eliminado por ter atingido o limite oficial da longevidade, dâl Ortog, pastor de Galankar, jurou lutar pelo futuro da Raça. E, com a sua rebelião, começou uma nova Odisseia. Dâl, que de pastor se eleva ao mais alto grau da nobreza pelos seus feitos, Dâl, o adolescente, comandante duma Expedição, Dâl, o Cavaleiro-Nauta, fundador das Ordens Perfeitas, é encarregado pelos Sofiarcas de aportar ao planeta dos Arcanjos, de descobrir o Profeta Imortal e, com ele, o remédio para a salvação da Raça.
É com este tema, e num romance recheado de acção, que prenderá o leitor da primeira à última página, que Kurt Steinher nos apresenta a maravilhosa aventura de Dâl Ortog, sem dúvida um dos mais poderosos heróis que a Ficção-Científica tem apresentado.
ORTOG, de Kurt Steiner, é o próximo volume desta colecção.

1 comentário:

  1. Este é um livro estranho...
    Num mundo pós-apocalitico onde a humanidade regrediu até um nível medieval acompanhamos a personagem prncipal enquanto evolui a partir do estrato mais baixo da sociedade até ao mais elevado. Quando o atinge é-lhe entregue o comando de uma expedição que visa encontrar a explicação para a decadência da humanidade.
    O livro possui vários "saltos" na narrativa e esta é muitas vezes desconexa. A tradução e a revisão estão longe de ser famosas o que também contribui para tornar a narrativa menos interessante.Não fosse a capa, cujo grafismo é fantástico, estariamos perante um dos piores exemplos do que a "Livros do Brasil" publicou... não porque a obra não possua qualidade, mas sim pela forma como foi apresentada ao público português.

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