nº 19 - Os Caminhos do Espaço


Autor: Charles Eric Maine
Título original: Space Ways
1ª Edição: 1953
Publicado na Colecção Argonauta em 1955
Capa: Cândido Costa Pinto
Tradução de: A. Maldonado Domingues

Súmula - foi apresentada no livro nº18 da Colecção, com a indicação de "Ler nas páginas seguintes a súmula do próximo volume da Colecção Argonauta":


Conway, um agente do Departamento de Segurança de Washington estava satisfeito com o serviço que desempenhava na grande capital americana. Era um homem da cidade, como ele próprio dizia. Já contava no seu activo uma boa quantidade de transferências e sentia que tinha, por fim, direito a gozar os prazeres da civilização e a companhia da encantadora Vera Hartman. Mas o destino estava contra ele. Teria que trocar a cidade pelo deserto; os prazeres de uma existência amena, pelo inferno da vida no Nevada do Sul, onde os pioneiros do espaço estavam a construir o primeiro satélite artificial da nossa velha Terra.
O empreendimento era importante e de uma natureza altamente secreta, visto que o primeiro país a dispôr de um satélite artificial, dominaria potencialmente toda a Terra. Porém, o Dr. Klein, Director do campo experimental de foguetões, nãos e adaptava às exigências da Segurança. Essa iria ser a missão de Conway. Além disso convinha afastá-lo de Washington. Porquê?... Mistério. A razão só a sabia quem estava no segredo dos deuses. A vida em Nevada era monótona. O deserto actuava duma forma perigosa sobre os seres humanos. O foguetão satélite tomava forma, peça por peça, equipamento sobre equipamento. O cientista electrónico, George Hills, inventara uma série de aparelhos que permitiriam dirigir o foguetão e conhecer a sua posição no espaço. O seu espírito de observação, que lhe permitia descobrir os mais recônditos segredos da Electrónica era, porém, completamente cego perante os complexos meandros da alma humana. A jovem e bela Marion Hills, sua esposa, tecia sob os sseus olhos uma teia amorosa com o técnico de estruturas, Colby, amigo e colega do marido. E mais uma vez se prova que as paixões humanas são potencialmente mais perigosas que os mais potentes explosivos. Conway andava preocupado com aquela situação, que podia resultar na perda de um dos melhores técnicos de que dispunha o Governo. Klein, porém, não atendia os seus avisos. O próprio Hills reagira violentamente quando ele lhe chamara a atenção para o comportamento da mulher. Helen, a secretária de Conway avisara-o de que os dois pombinhos pretendiam fugir. Ele não podia permitir tal coisa, visto que Colby era um importante cientista do Governo.
O foguetão foi finalmente lançado, num inferno de fogo e fumo. A Terra tinha, por fim, um satélite artificial. O empreendimento não fora, porém, um sucesso completo: para desespero do Dr. Klein o aparelho não atingira a órbita prevista, e uma parte do equipamento de Radar avariara-se. Para complicar as coisas, o parzinho amoroso desapareceu na noite da largada. Hills, o marido de Marion, pareceu com um olho negro cuja proveniência não queria explicar. Conway é chamado a Washington. O F.B.I. mete-se no assunto e um dos seus agentes volta com Conway para Nevada. Hills é acusado de ter assassinado a esposa e o amante dela, escondendo os cadáveres a bordo do foguetão. Pela primeira vez na história do crime, um assassino esconde dois cadáveres a bordo de um foguetão que ficará para todo o sempre no espaço interplanetário. O julgamento de Hills tem uma repercussão mundial. O Dr. Klein prova matemáticamente que o desvio da órbita calculada para o foguetão correspondia á substituição de certas peças de equipamento pelos cadáveres. A condenação de Hills é quase certa. No dia em que a sentença deve ser lida, todo o mundo está debruçado sobre os aparelhos de telefonia e de televisão. A expectativa é tremenda. Hills parece irremediávelmente perdido, tanto mais que nem sequer se defende. No último momenot porém, faz uma proposta sensacional ao juiz. Visto que o acusam de ter escondido os cadáveres no foguetâo, ele iria buscá-lo ao espaço interplanetário para provar que estava inocente. A incrível audácia de uma tal iniciativa, num momento em que a construção de foguetôes interplanetários estava na infância, era fantástica.  O Dr. Klein, porém, não se deixou convencer, e afirmava, obstinadamente, que Hills tinha intenção de sabotar o segundo foguetão e regressaria à Terra sem trazer o outro, mas transformado em herói: o primeiro homem que viajara no espaço interplanetário!
Alguns meses depois, Hills partia para a sua formidável aventura. O mundo vibrava de ansiedade. Em Nevada a expectativa atingira o clímax. Hills subiu para o foguetão, metido no rudimentar escafandro do espaço. O barulho dos motores de jacto atroou os ares. A grande agulha de aço tremia de potência, pronta para o grande salto no infinito e na Torre de Controlo o telefone tocava... Klein proibira que atendessem porque o mais importante era o lançamento do foguetão. Mas o telefone tocava... Tocava... Insistente e interminávelmente, enquanto os apocalípticos pilares de fogo empurravam para o espaço mais uma máquina construída pelos homens. E o som daquelas campaínhas era a voz do destino, que chegara muito tarde...

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